A atividade econômica da Argentina perdeu força em setembro, confirmando sua tendência de estagnação e confirmando as previsões de uma forte desaceleração no ritmo de crescimento para o próximo ano.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), a economia argentina sofreu retração de 0,3% em setembro em comparação com agosto, quando o indicador havia registrado um leve aumento de 0,7%.
Já na comparação com setembro de 2021, o índice, que serve como uma estimativa para medir a variação trimestral do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 4,8%, chegando ao 19º aumento interanual consecutivo.
Entretanto, esse aumento interanual registrado em setembro representou uma desaceleração em comparação com o percentual acumulado em 12 meses medido em agosto (6,6%).
"A atividade econômica está mostrando sinais de exaustão na última parte do ano", apontou a empresa de consultoria Orlando Ferreres y Asociados em um comunicado.
Já a consultora ACM, em comentário reproduzido pelo Clarín, destacou que “a desaceleração do crescimento era esperada devido ao endurecimento do acesso a divisas para importações, que foi adotado com o intuito de proteger as reservas líquidas do Banco Central”. A empresa estimou que em 2022 o crescimento da economia argentina deve ficar em torno de 4,9%.
A consultoria LCG, por sua vez, ressaltou que num cenário de “incerteza econômica, aumento da inflação [88% no indicador interanual em outubro] e maior custo da poupança, o consumo é antecipado e assim a demanda impulsiona a atividade [econômica]”.
Porém, essa dinâmica pode até ser “bem-sucedida” no curto prazo, mas “não é sustentável no longo prazo devido à deterioração da capacidade instalada”.
De acordo com os dados oficiais, o crescimento econômico acumulado nos primeiros nove meses do ano foi de 6,2%.