Países da Europa enfrentaram declínio em suas economias nos primeiros três meses deste ano, pressionados pelas medidas mais restritivas impostas para conter a pandemia de Covid-19. Alemanha, Espanha e Itália tiveram contrações no período, enquanto a França conseguiu registrar alta em seu Produto Interno Bruto.
A economia da zona do euro se contraiu pelo segundo trimestre consecutivo no começo de 2021, entrando em sua segunda recessão técnica em um ano em meio aos choques da pandemia de Covid-19. O Produto Interno Bruto (PIB) do bloco diminuiu 0,6% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre de 2020, segundo dados preliminares da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia (UE).
Embora negativo, o resultado veio melhor do que a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam declínio de 0,8% no período. Na comparação anual, o PIB da zona do euro sofreu retração de 1,8% entre janeiro e março. Neste caso, a projeção do mercado era também de redução mais acentuada de 1,9%.
Alemanha: PIB encolhe 3% na comparação anual
O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha diminuiu 1,7% no primeiro trimestre de 2021 ante o quarto trimestre de 2020, diante do recrudescimento de medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira pela Destatis, a agência de estatísticas alemã.
O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam declínio de 1,5% no período. Na comparação anual, o PIB da Alemanha sofreu retração de 3% entre janeiro e março, menor do que o recuo de 3,2% projetado pelo mercado. A Destatis também revisou para cima o avanço da economia alemã no quarto trimestre de 2020 ante o terceiro, de 0,3% para 0,5%.
Itália entra em recessão
O Produto Interno Bruto (PIB) da Itália caiu 0,4% no primeiro trimestre de 2021 ante o quarto trimestre de 2020, segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira pelo Istat, o instituto de estatísticas do país. O resultado, porém, veio acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 0,6% no período.
Como a Itália já havia encolhido 1,8% no quarto trimestre, de acordo com revisão da Istat, o segundo resultado negativo marcou o início de uma recessão técnica na terceira maior economia da zona do euro. Na comparação anual, o PIB italiano se contraiu 1,4% entre janeiro e março. Neste caso, a projeção do mercado era de recuo menor, de 1,2%.
PIB da Espanha tem contração
O PIB da Espanha encolheu 0,5% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com os três meses precedentes, em meio a desafios na contenção da segunda onda de casos de coronavírus, informou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) do país nesta sexta-feira. Na comparação anualizada, a contração foi de 4,3%.
O resultado foi puxado sobretudo pelo arrefecimento do consumo e dos investimentos das empresas, à medida que as restrições à mobilidade impuseram dificuldades ao setor de serviços. A economia espanhola, contudo, ainda não está em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda na atividade, uma vez que registrou variação de 0% nos últimos três meses de 2020.
PIB da França tem alta na comparação anual
Já o Produto Interno Bruto da França avançou 1,5% no primeiro trimestre de 2021 ante o mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira (30) o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee), na primeira leitura do indicador. A previsão de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal era de alta menor, de 1,3%. Já na comparação trimestral, o PIB francês mostrou ganho de 0,4%, também superando a expectativa, que era de estabilidade.
Taxa anual de inflação acelera na zona do euro
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1,6% em abril ante igual mês do ano passado, ganhando força ante o acréscimo anual de 1,3% observado em março segundo dados preliminares divulgados nesta sexta-feira pela Eurostat. O resultado deste mês veio acima da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de alta de 1,5%.
Apesar do avanço, a inflação de abril permanece abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%. Apenas o núcleo do CPI do bloco, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, registrou alta anual de 0 8% em abril, como esperado.
Desemprego
A taxa de desemprego da zona do euro caiu de 8,2% em fevereiro para 8,1% em março, segundo dados com ajustes sazonais divulgados nesta sexta pela agência Eurostat. O resultado de março surpreendeu analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam taxa de 8,3%. O dado de fevereiro foi revisado para baixo, de 8,3% originalmente.
A Eurostat estima que havia 13,166 milhões de desempregados na zona do euro em março. Em relação a fevereiro, o número de pessoas sem emprego na região teve queda de 209 mil.
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