Por enquanto as análises ainda são baseadas nos discursos e no histórico de Barack Obama, mas a economia brasileira, e do estado do Paraná, deve começar logo a sentir os efeitos da eleição do novo presidente norte-americano. Christian Majczak, da Go4! Consultoria de Negócios explica que em um primeiro momento, mesmo antes de assumir o cargo, o "efeito Obama" será traduzido em "calma para os ânimos em consequência da crise".

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Os assuntos que mais interessam ao Brasil, segundo o especialista, são também os que mais interessam ao Paraná. "No que tange ao nosso estado certamente teremos mais dificuldade para exportar as commodities agrícolas, ainda que tenhamos preços mais competitivos", analisa.

Majczak ressalta a necessidade de procurar outros destinos para as exportações para o caso de perder espaço nos Estados Unidos. "O Brasil é cada vez menos dependente do mercado norte-americano. Nos últimos anos ampliamos muito o destino de nossos produtos. Esta manobra vai ter que ser intensificada para compensar a perda de espaço em um mercado que definitivamente não pode ser ignorado."

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A questão do etanol também tem grande interesse para o Paraná, que hoje é o segundo estado brasileiro na produção de cana-de-açúcar. Durante a campanha, Obama defendeu tarifas elevadas para a importação de etanol produzido a partir de cana. "Ele (Obama) defende que o nosso etanol prejudica o meio ambiente. Isso porque ele vem do Illinois, um estado que produz etanol a partir do milho. Então, em um primeiro momento, será ruim para a venda do etanol brasileiro, o que teria reflexo na produção paranaense também", afirma o consultor.

Mas, segundo Majczak, no médio e longo prazos a tendência é que o novo presidente norte-americano se empenhe em promover e estimular o consumo de biocombustíveis. "Isso o (John) McCain não faria, porque sua campanha foi financiada por empresas petroleiras." Na análise do consultor, com o estímulo ao uso de fontes renováveis de energia, em alguns anos haverá interesse dos EUA em organizar o mercado mundial de agrocombustíveis, o que vai beneficiar o Brasil, que detém tecnologia na produção de etanol.

Para Majczak a dificuldade maior para o Brasil acontecerá nos primeiros anos, quando Obama deverá focar na administração de tensões internas e externas.