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Um grupo de aproximadamente 170 economistas argentinos produziu uma carta de crítica à proposta de dolarização da Argentina, defendida pelo candidato à presidência do país, Javier Milei, da coalizão de direita A Liberdade Avança.
No documento, os participantes afirmam que a ideia é uma "miragem" e a medida só traria mais desafios para o país, que já enfrenta uma grave crise econômica.
Um dos argumentos levantados pelos críticos é que a Argentina não possui uma quantidade necessária de dólares para iniciar esse processo. Para isso, o governo aumentaria a dívida externa para a aquisição da moeda americana e comprometeria o orçamento público.
Outra afirmação apresentada na carta é que a "experiência internacional não mostrou que a iniciativa é uma boa solução para se ter uma moeda estável". Pelo contrário, a proposta seria um obstáculo para superar as necessidades imediatas de reconstrução econômica do país, afirmam os economistas.
Resposta de Milei
O presidenciável respondeu às críticas recebidas na rede social X (antigo Twitter), onde afirmou que “170 economistas fracassados, que foram derrotados tanto na sala de aula quanto na luta contra a inflação, não podem condenar uma solução para a fraude monetária”.
Além disso, Milei disse que o posicionamento dos economistas sobre a competição cambial é uma "desonestidade intelectual", sendo que "muitos deles vivem de rendimentos de fundações no exterior e têm economias em dólar", afirmou.
O candidato liberal, primeiro colocado nas primárias argentinas de 13 agosto, superando a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich e o atual Ministro da Economia, Sergio Massa, se mantém como preferido para as eleições oficiais de 22 de outubro, de acordo com pesquisas de opinião.
O jornal argentino Clarín fez uma projeção que mostra um segundo turno na Argentina, disputado por Milei e o peronista Sergio Massa, da coalizão governista União pela Pátria.