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San Francisco, na Califórnia, é uma das três cidades analisada pelos pesquisadores, ao lado de Seattle e Washington | Robert Galbraith/Reuters
San Francisco, na Califórnia, é uma das três cidades analisada pelos pesquisadores, ao lado de Seattle e Washington| Foto: Robert Galbraith/Reuters

36% mais empregos por metro quadrado existem nas áreas comerciais com edifícios pequenos em Seattle, na Califórnia, que em áreas com edifícios novos. Pequisa mostra que prédios menores êm maior concentração de negócios do setor criativo que os arranha-céus dos centros das cidades.

47 indicadores econômicos, sociais e ambientais foram usados para avaliar distritos comerciais no estudo. Segundo os pesquisadores, os dados encontrados ratificam o quem pensam os conservacionistas – as pessoas querem estar onde existe uma mistura interessante de antigo e novo.

Embora os edifícios pequenos e antigos não sejam impressionantes no panorama urbano, eles seriam melhores para as cidades que as enormes e brilhantes torres de escritórios. É o que mostra um estudo da Fundação Nacional para a Preservação Histórica dos Estados Unidos publicado na quinta-feira da semana passada.

Segundo o estudo, bairros e áreas comerciais que mesclam edifícios antigos e pequenos contribuem para que haja comunidades mais vibrantes, mais convidativas para passeios, com mais negócios, vida noturna e centros comerciais do que os enormes edifícios novos. Pesquisadores examinaram quarteirão por quarteirão de Seattle, San Francisco e Washington por conta de seus importantes mercados imobiliários e incentivos para construção. Eles descobriram que áreas com edifícios antigos menores têm, em geral, um melhor desempenho para a economia local que as áreas com prédios novos que podem ocupar até um quarteirão inteiro.

Os edifícios antigos se convertem em imãs tanto para jovens como para aposentados, disseram os pesquisadores. Atraem mais lojas, restaurantes, espaços de entretenimento, pequenos negócios de propriedade de mulheres e minorias e, consequentemente, mais empregos.

Em termos de metro quadrado, as vias com edifícios pequenos têm maior concentração de negócios e postos de trabalho no setor criativo que os arranha-céus do centro das cidades. Em Seattle, as áreas comerciais com edifícios pequenos, construídos há mais tempo, têm 36,8% mais empregos por metro quadrado que áreas com edifícios mais novos.

As regiões históricas dessas cidades costumam mostrar intensa atividade do período da manhã até a noite, disse o autor principal do estudo, Michael Powe, um urbanista do Preservation Green Lab. No distrito de Columbia, essas áreas atraem mais negócios locais que não pertencem às grandes cadeias. Em São Francisco, as vias com prédios mais antigos geram mais empregos, com base nos pequenos negócios.

Estudo confirma ideias divulgadas há décadas por urbanistas dos EUA

Depois de avaliar distritos comerciais com base em 47 indicadores econômicos, sociais e ambientais, Michael Powe, o principal autor do estudo da Fundação Nacional para a Preservação Histórica dos Estados Unidos, disse que estava surpreendido de ver que os dados ratificavam claramente o que pensavam os conservacionistas e urbanistas: "as pessoas querem estar onde existe uma mescla interessante de antigo e novo", assinalou. "Agora temos toda essa informação para respaldar aquilo que os conservacionistas e urbanistas creem há muitas décadas."

Bairros

O estudo examinou bairros históricos como o Mid-Market de São Francisco, onde o Twitter instalou a sua sede; Capitol Hill e Chinatown International District em Seattle; e Barrack Row e a região no entorno da H Street em Washington, onde foi construída uma linha de bonde. Muitas áreas de grande desempenho consideradas no estudo têm distritos comerciais que datam da era dos bondes do século 20. Os investigadores admitiram que há também outros fatores que contribuem para o êxito nas três cidades.

Stephanie Meeks, presidente da Fundação Nacional para a Preservação Histórica, disse que o grupo espera que os desenvolvedores e urbanistas municipais levem em conta essas informações. "Existe muito potencial econômico em edifícios mais antigos e menores e também em distritos históricos, que com frequência são deixados de lado", ressaltou.

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