Um tribunal de Copenhague condenou nesta quarta-feira (11) o editor dinamarquês muçulmano de origem marroquina Said Mansour a 3 anos e 6 meses de prisão, por incitar ao terrorismo através da divulgação de material audiovisual chamando à participação violenta na jihad (guerra santa) islâmica.
Mansour, de 47 anos, está em prisão preventiva desde setembro de 2005 e poderá manter a nacionalidade dinamarquesa, adquirida há 19 anos.
A sentença estabelece também que seja confiscado o material que Mansour distribuía através de sua editora, a Al-Nour Islamic Information, localizada em Bronshoj, nos arredores de Copenhague, de onde era divulgado para toda a Europa.
Parte desse material foi encontrada entre os pertences de vários jovens do caso "Glostrup", pelo qual, em fevereiro passado, a dinamarquesa Audiência Regional do Leste condenou um jovem muçulmano a sete anos de prisão por prestar apoio financeiro a planos terroristas contra interesses ocidentais.
Nos DVDs, CDs e fitas de vídeo e cassete que distribuía, havia imagens de decapitações de soldados americanos, execuções de russos na Chechênia e incitação aos jovens a cometer atentados suicidas, segundo a sentença, mas Mansour sempre alegou que sua missão era informativa e pacífica.
Nascido no Marrocos, Said Mansour chegou a Dinamarca em 1983 e três anos depois abriu uma livraria islâmica, que na década seguinte substituiu por uma editora.A polícia dinamarquesa deteve o marroquino em 1995 por suspeita de planejar um atentado terrorista em uma cúpula da ONU em Copenhague, mas depois a acusação foi retirada.
Em 2004, foi condenado a três meses de prisão por posse de armas e encobrimento, e, um ano depois, foi detido por incitação ao terrorismo, sendo o primeiro cidadão dinamarquês acusado desse crime em virtude das novas leis antiterroristas da Dinamarca.
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