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O deputado federal Eduardo Bolsonaro participa de podcast do psicólogo canadense Jordan Peterson
O deputado federal Eduardo Bolsonaro participa de podcast do psicólogo canadense Jordan Peterson| Foto: Reprodução/ Youtube Jordan B Peterson

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) foi convidado para participar do podcast de do psicólogo canadense Jordan Peterson que, postado nessa quinta-feira (14), tem como título "O Brasil está no caminho para se tornar Cuba?"

Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo Bolsoanro divulgou o link do programa em seu perfil no X e afirmou que "hoje eventos bizarros estão acontecendo no Brasil, mas amanhã podem ir para o seu país".

Com quase duas horas de duração, o programa possuía mais de 40 mil visualizações na tarde desta sexta-feira (15) e abordou temas como o futuro da política no Brasil e as eleições de 2026, a derrota de Kamala Harris para Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos e o banimento do X pelo Brasil.

Banimento de conteúdos para "reduzir a voz dos conservadores"

No corte inicial de introdução do programa, Peterson falou sobre como os poderes que estão no establishment veem Elon Musk como uma ameaça e, indignado, mencionou como ferramentas como o próprio Youtube se utilizam de algoritmos para banir conteúdos e "reduzir a voz dos conservadores".

"O shadowban (banimento fantasma) não seria um problema se você tivesse companhias alternativas nas mídias sociais", respondeu Eduardo Bolsonaro. "Se tivéssemos a liberdade de ter uma nova mídia social, isso estaria ok", complementou ele.

Ao longo do programa, Peterson abordou também as novas mídias digitais que vêm substituindo a imprensa tradicional e como Donald Trump se utilizou, provavelmente por influência de seu filho mais novo, Barron Trump, de 18 anos, de ferramentas como podcasts na campanha eleitoral.

"Tenho razões para acreditar que ele esteve recomendando apresentadores de podcasts que Trump apareceu", disse Peterson, se referindo a nomes como Theo Von e Joe Rogan, que tiveram 50 milhões de visualizações cada, "apesar do "shadowban".

Eduardo Bolsonaro fala sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e as eleições de 2022

O programa também abordou o funcionamento da política brasileira, bem como as eleições presidenciais e a estrutura governamental do país. Questionado sobre o que aconteceu em 2022 e por que Jair Bolsonaro perdeu as eleições, Eduardo respondeu que precisava ter cuidado com as suas palavras "porque no Brasil, dependendo do que você fala, você pode ser considerado antidemocrático".

"Nas eleições de 2022 há duas teorias. Uma teoria é que as máquinas que nós usamos para votar, porque no Brasil o processo é totalmente eletrônico, você vai para uma máquina desenvolvida pelo governo e você tecla o número do seu candidato", disse ele.

"Então você quer votar no Bolsonaro, você digita 22 e pressiona o botão verde, e depois você reza para que Deus e alguém na capital, os burocratas, contem seu voto apropriadamente. Mas você não tem um recibo, você não tem um jeito de recontar, de auditar isso, você só vai para casa e é isso. Muito parecido com a Venezuela", disse Eduardo Bolsonaro.

Interrompendo Bolsonaro, Peterson afirmou que foi alertado antes da entrevista para tomar cuidado com processos judiciais dentro do tema que eles estavam adentrando. Eduardo Bolsonaro afirmou que não ia falar sobre essa teoria e continuou sua explicação.

"Digamos que nossa máquina é 100% confiável, mas ainda assim, no Brasil, quem coordena as eleições, quem julga tudo sobre as eleições no Brasil é uma corte chamada Tribunal Superior Eleitoral [TSE]. Quem está no topo dessa Corte, quem é o presidente desta Corte? É um ministro do Supremo Tribunal Federal, seu nome é Alexandre de Moraes. Em 2022 era o Alexandre de Moraes", disse ele.

"Esse é o nome que eu quero que você salve na sua mente: Alexandre de Moraes. Esse homem tem um problema pessoal com meu pai e com a nossa família, ele fez uma série de intervenções no poder executivo e às vezes até no legislativo, no Congresso. Durante a administração do meu pai tivemos uma série de conflitos com ele", complementou Eduardo Bolsonaro.

O deputado federal citou decisões judiciais como "meu pai não pôde abrir uma transmissão ao vivo de seu celular, da sua casa, porque eles dizem que todos os outros candidatos não têm uma casa pública paga com dinheiro público".

Além disso, afirmou que "não podíamos dizer algumas palavras para definir o nosso opositor Lula da Silva", citando o episódio em que "jornalistas da Jovem Pan não podiam dizer que Lula é um criminoso, um ladrão ou que ele não foi condenado."

"Mesmo que você acredite que as máquinas que usamos para votar são 100% confiáveis, não foi uma eleição justa", concluiu o deputado federal.

Eleições de 2026 passarão por Kassio Nunes Marques no STF, diz Eduardo Bolsonaro a Jordan Peterson

Questionado sobre o futuro e as eleições em 2026, Eduardo Bolsonaro comemorou o resultado do PL nas eleições municipais de 2024 e explicou que seu pai está inelegível por oito anos por conta de uma decisão do TSE.

"Como podemos ter a expectativa de que meu pai em 2026 pode voltar e concorrer novamente? Porque essa corte eleitoral é composta por sete juízes, três vindos da Suprema Corte [STF] e, como eu te disse, o Alexandre de Moraes estava na chefia. Em 2026, Alexandre de Moraes não vai estar mais na corte eleitoral. O chefe na próxima eleição será Kassio Nunes, que é um ministro do Supremo Tribunal Federal indicado pelo meu pai", disse Bolsonaro.

"E o vice-presidente da Justiça Eleitoral em 2026 será o André Mendonça, que é outro juíz do Supremo Tribunal Federal indicado pelo meu pai. Então não temos uma expectativa que eles vão trabalhar em favor do meu pai, mas que teremos uma corte mais equilibrada para analisar e julgar tudo, e eles podem ter a oportunidade de realmente trabalhar para uma eleição mais transparente e íntegra", complementou.

Eduardo Bolsonaro afirmou ainda a Jordan Peterson que acredita que o "establishment do Brasil está esperando pela eleição dos Estados Unidos", tendo em vista que "uma Suprema Corte poderosa como essa é apoiada por empresários, bilionários, milionários, pessoas que certamente têm relações com os Estados Unidos, com casas, contas em Delaware, seja o que for. Eles não querem ter problemas com a administração dos Estados Unidos, então tudo isso está em cima da mesa".

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