As mulheres ainda estão muito atrás dos homens nos cargos mais importantes da política ou que envolvem tomada de decisões, o que é um desperdício de talento, já que elas têm o mesmo acesso a educação e saúde que os homens, informou o Fórum Econômico Mundial na quarta-feira.
Em seu ranking anual de igualdade entre os sexos, no qual são avaliados 130 países, o instituto suíço colocou a Noruega, a Finlândia e a Suécia nos três primeiros lugares. A Arábia Saudita, o Chade e o Iêmen estão nos três últimos.
O Brasil ficou na 73ª posição, graças à participação econômica e educacional. Mas, na área de capacitação política, atingiu somente 100º lugar. A proporção de mulheres para homens no parlamento e em cargos ministeriais é de 0,10 e 0,13 respectivamente, numa escala em que 1 significa igualdade entre os sexos.
O nível de desemprego entre as brasileiras também é mais expressivo em relação ao dos homens - 11,7 por cento das mulheres estão desempregadas, contra 6,80 por cento dos homens.
Em boa parte do mundo, as mulheres têm acesso praticamente igual ao dos homens à educação, saúde e recursos de sobrevivência. Mas, econômica e politicamente, o abismo continua amplo.
"As mulheres do mundo são quase tão educadas e saudáveis quanto os homens, mas quase não aparecem na hora da tomada de decisões", disse Saadia Zahidi, do Fórum Econômico Mundial, mais conhecido pela cúpula em Davos.
"Dado que as mulheres quase eliminaram a diferença com os homens na saúde e na educação, é um desperdício de talento elas não se igualarem na economia e na política", afirmou.
O relatório utiliza dados das Nações Unidas e de outras fontes para calcular quanto dinheiro os países investem para diminuir as diferenças entre os sexos.
"O índice não penaliza os países que têm baixos níveis de educação geral, por exemplo, mas sim aqueles em que os níveis de educação são díspares entre homens e mulheres."
Na América Latina, os países mais bem colocados são a Argentina, que tem Cristina Kirchner na Presidência, em 24º lugar; e Cuba, em 25º.
Os países africanos e do Oriente Médio tiveram as piores colocações. A disparidade é tanta que o relatório diz que isso prejudica a economia.
"A competitividade de uma nação depende significativamente de como ela educa e utiliza seu talento feminino", explica.