Ezzat Abdel-Rahman disse que os palestinos estão sofrendo uma "grande injustiça" nas mãos de Israel, mas eles deveriam ter seguido o exemplo do Egito e ter assegurado acordos de paz com o Estado judeu há muito tempo.
Segundo ele, o Egito não deveria abrir suas fronteiras com Gaza para permitir a fuga dos palestinos da ofensiva de seis dias de Israel, como exigem os militantes do Hamas e muitos árabes.
"Isso pode criar problemas para o Egito com Israel novamente", disse Abdel-Rahman, de 42 anos, dono de uma sapataria no centro do Cairo. "Israel pode acusar o Egito de contrabando de armas para Gaza e jogar os problemas de Gaza sobre o Egito".
Apesar da pressão de islâmicos e ativistas, que pedem uma ação severa contra Israel, muitos cidadãos egípcios dizem não querer o país envolvido em mais um conflito no Oriente Médio, em um raro apoio ao discurso do impopular governo.
Muitos dizem que os militantes do Hamas, que dominam a Faixa de Gaza, poderiam ter evitado os ataques que mataram mais de 400 pessoas, se tivessem parado de lançar mísseis contra Israel.
"O Hamas está agindo contra os palestinos", disse Mohamed Kamal, outro lojista no centro do Cairo. "Não há motivos para disparar mísseis. O que eles que estão conseguindo com isso?", ele disse.
O Egito, o mais populoso país árabe, travou quatro guerras contra Israel entre 1948 e 1973. Em 1979, tornou-se o primeiro país árabe a fazer um acordo de paz com o estado judeu.
Hani el-Husseini, um político do partido de oposição de esquerda Tagammu, disse que os intelectuais egípcios, muitos dos quais concordam com medidas como o rompimento de relações com Israel, estão desconectados das prioridades da população.
"O interesse popular em assuntos regionais diminuiu porque as pessoas se renderam à noção de que nenhum poder árabe pode mudar a situação (com Israel)", ele disse.
A posição popular é de espera pela paz, ele disse, apesar do ódio generalizado em relação à Israel.
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