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Mulher em cadeira de rodas pinta no chão da praça Tahrir, no Cairo | Reuters
Mulher em cadeira de rodas pinta no chão da praça Tahrir, no Cairo| Foto: Reuters

Internautas comemoram a saída do presidente Hosni Mubarak

Enquanto os manifestantes comemoram nas ruas do Egito, notícia repercute no resto do mundo através de sites e redes sociais.Leia a matéria completa

Brasil

O Brasil espera que a transição de poder no Egito, provocada pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, seja feita levando em conta as liberdades políticas e civis e também os direitos humanos da população, segundo nota divulgada há pouco pelo Ministério das Relações Exteriores.

Ainda de acordo com a nota, o Brasil espera que a mudança de poder no país africano ocorra em um ambiente de paz e tranquilidade.

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta sexta-feira (11) que o governo brasileiro vê com "muita simpatia" o fortalecimento do movimento democrático no Egito. Segundo ele, a expectativa internacional é que a transição política no país africano ocorra "sem derramamento de sangue e com respeito aos direitos humanos".

Manifestantes egípcios que derrubaram o presidente agora se preparam para a reconstrução do país e a limpeza da Praça Tahrir, onde muitos juraram permanecer para assegurar que os novos governantes do Exército atendam as exigências da população.

Milhares de pessoas voltaram no sábado à praça, o epicentro do terremoto político do Egito, para celebrar a queda do presidente Hosni Mubarak, cujas três décadas no cargo terminaram com uma declaração lacônica lida na televisão na noite de sexta-feira.

Alguns trouxeram vassouras e varreram as ruas, outros desmontavam barracas, sorrindo e conversando sobre a sua nova era política. Entre eles, estavam os determinados a ficar, esperando por um sinal claro do Exército que promete reformas.

Muitos egípcios que não tinham aderido às manifestações em Tahrir vieram à praça para ajudar na limpeza e para felicitar "irmãos e irmãs" que lideraram 18 dias de protestos.

"O país é nosso novamente. Pela primeira vez na minha vida, eu sinto que a rua é minha, e que junto com os meus conterrâneos, vamos colocar a nação de volta no caminho certo," disse a engenheira Sayyed Dina, de 30 anos, enquanto varria lixo da praça.

"Eu não participei dos protestos antes, mas a alegria da libertação é tão avassaladora. A limpeza das ruas é o mínimo que posso fazer para ajudar os que salvaram o Egito", disse ela.

Grupos de homens, mulheres e crianças usavam coletes com os dizeres "Orgulhosamente limpando o Egito" colado nas costas, enquanto canções com conteúdo nacionalistas ecoavam dos alto-falantes da praça.

Mas em meio à multidão há também os que prometem garantir que o Conselho Militar, agora no controle do país mais populoso do mundo árabe, cumpra as promessas de atender a demanda do povo de realizar eleições livres e justas que vão colocar civis no comando do país.

"Nós não vamos sair, porque nós temos que garantir que esse país vai ser colocado no caminho certo", disse o desempregado Ahmed Saber, de 27 anos. "Nós não vamos deixar as Forças Armadas pegarem carona no sucesso da nossa revolução."

Em dois comunicados emitidos durante a noite, um grupo de organizadores do protesto exigiu o fim do estado de emergência e a formação de um governo de transição para preparar uma eleição a ser realizada no prazo de nove meses, e um órgão para redigir uma nova constituição democrática.

Alguns cantavam um hino revolucionário antigoverno dos anos 1960, do compositor Sheikh Imam: "A rua é nossa. É nosso direito". Alguns usavam camisetas com as palavras: "Ontem, eu era um manifestante. Hoje, eu construo o Egito."

Veja algumas imagens que marcaram os 18 dias de protestos no país:

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