Os egípcios compareceram em massa às urnas neste sábado (19) pela primeira vez desde que o ex-presidente Hosni Mubarak foi derrubado, para votar em um referendo de reformas constitucionais, as quais os governantes militares esperam que permitam a realização de eleições daqui a seis meses.
As filas com centenas de pessoas que votaram pela primeira vez se formaram pela manhã em todo o país, em uma votação cujo desfecho não é conhecido antecipadamente. O resultado determinará com que rapidez o Egito poderá realizar eleições.
"É muito cedo para determinar o número de eleitores presentes, mas está claro que isso é um fato inédito," disse Ahmed Samih Farag, um ativista de direitos humanos e observador da Coalizão Egípcia para a Monitoração das Eleições.
O Egito está efervescendo com o debate sobre o referendo e o país está dividido entre aqueles que dizem que a constituição precisa ser completamente reescrita e outros que defendem que as emendas serão suficientes por enquanto.
"Eu votei pelo sim. Sim para a estabilidade e para que as coisas voltem ao normal," disse Mustafá Fouad, 24, um engenheiro que votou no Cairo.
"Eu votei pelo não. Isso não é o suficiente," disse Atef Farouk, que chegou ao mesmo local de votação, com sua esposa e três filhos, que agitavam uma bandeira do Egito, enquanto seus pais votavam. "Queremos uma nova constituição," acrescentou Farouk, 41.
O resultado do referendo deve ser anunciado na noite de domingo ou na manhã de segunda-feira, disse à Reuters um membro de um comitê judicial envolvido na fiscalização da votação.
"O país é finalmente nosso e jamais deixaremos que ele deixe de sê-lo novamente, ficando em casa quando devemos estar exatamente aqui, na fila, para que nossas vozes sejam ouvidas," disse Om Sayyed, 65. "Sou velha e isso não é para mim, é para os meus filhos... É importante que eu lhes ensine que a sua opinião conta," disse.
As emendas foram escritas por um comitê judicial escolhido pelos governantes militares, para quem Mubarak entregou o poder no dia 11 de fevereiro. Eles foram nomeados para dar início às eleições legislativas e presidenciais que permitirão que os militares entreguem o poder a um governo civil eleito.
Mubarak foi forçado a renunciar depois que uma onda de protestos exigiu a sua saída, pondo fim a um governo autoritário no país que ele governou durante três décadas.
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