Os egípcios voltarão às urnas amanhã, sábado, no segundo turno do referendo sobre a Constituição, que será realizado em 17 províncias, apesar ao boicote de grande parte dos juízes, que, segundo a lei, devem supervisionar o processo.

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Uns 25,5 milhões de cidadãos têm direito a votar amanhã em 6.724 colégios eleitorais de províncias como Giza, que abrange parte do Cairo, Manufiya, Port Said, Luxor e Suez.

Assim como na primeira fase, o exército zelará pela segurança nas seções eleitorais. Além disso, haverá salas de operações em todos os tribunais de apelação, instaladas pela Comissão Eleitoral, para seguir o referendo.

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O magistrado Ali Arafat, membro da Comissão, assegurou que se permitirá às ONGs observar a apuração dos votos para garantir a transparência, após as queixas no primeiro turno, onde não lhes deixaram fazê-lo.

Na primeira etapa da votação, que aconteceu em dez províncias, entre elas Cairo e Alexandria, venceu o "sim", segundo os resultados oficiais publicados pela Irmandade Muçulmana.

Fica a incógnita de como será a votação deste sábado perante a escassez de juízes depois que grande parte deles tenham decidido boicotá-la.

Na quarta-feira, o presidente do Colégio de Juízes do Egito, a maior associação de magistrados do país, Ahmed al Zind, afirmou que estão determinados a seguir adiante com o boicote, da mesma forma que resolveu esta semana a principal associação de juízes do Conselho de Estado, órgão da justiça administrativa.

Para hoje, os islamitas convocaram um protesto em Alexandria "para defender os ulemás e as mesquitas" depois que na semana passada o conhecido xeque Ahmed el Mahalaui ficou 14 horas trancado em um templo, cercado por fiéis enfurecidos por seu sermão a favor do voto "sim".

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Ontem à noite, dois dos líderes da Frente de Salvação Nacional (FSN), que reúne grande parte da oposição não islâmica, Mohamed ElBaradei e Amr Moussa, divulgaram vídeos na internet e meios de comunicação para solicitar o "não".

ElBaradei justificou que o voto protegeria a "sharia" e a estabilidade, já que considera que a nova Carta Magna poderia causar conflitos no futuro entre Al-Azhar, a instituição religiosa muçulmana mais importante do país, e as autoridades judiciais.

Moussa, por sua vez, pediu, além do voto no "não", que os cidadãos vigiem o processo eleitoral dentro e fora das seções e que denunciem as infrações pela ausência da maioria dos juízes.

Já o porta-voz da presidência, Yasser Ali, afirmou ontem à noite que o governo está aberto a um diálogo sobre o texto constitucional independentemente do resultado do referendo.

A Assembleia Constituinte havia convocado para hoje um diálogo com a cúpula do FSN para tratar suas objeções à Carta Magna, no entanto os líderes desse grupo se recusaram a participar. EFE

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