Um tribunal egípcio absolveu hoje três ex-ministros do governo de Hosni Mubarak das acusações de corrupção e condenou um quarto à revelia. A decisão deve atiçar a ira dos manifestantes, que querem que integrantes do regime deposto sejam responsabilizados por crimes ocorridos durante o governo.
O veredicto foi anunciado um dia depois de dez policiais, acusados de matar manifestantes, terem sido libertados sob fiança, o que fez com que centenas de cidadãos atacassem o prédio de um tribunal no Cairo.
A tensão está alta no país em razão do fracasso do conselho militar - que governa o Egito desde a queda de Mubarak - em punir os acusados pelas mortes de manifestantes durante os 18 dias de levante pela deposição do regime, assim como ex-integrantes do governo acusados de corrupção e nepotismo, práticas comuns durante as quase três décadas de governo do ex-presidente.
Para muito egípcios, os tribunais não têm feito o suficiente para punir os antigos integrantes do regime. Eles reclamam que os julgamentos por corrupção são muito rápidos, sem tempo suficiente para uma investigação correta, o que facilita as absolvições, enquanto casos relacionados aos direitos humanos e assassinatos de manifestantes se arrastam. Quase cinco meses após o levante, apenas um policial foi condenado pelas mortes de pelo menos 846 pessoas durante a repressão do governo. Ele foi julgado à revelia.
Manifestantes, que procuram aumentar a pressão sobre as autoridades para acelerar os esforços de responsabilização dos envolvidos nos crimes, planejam um grande protestos na sexta-feira para pedir julgamentos e medidas para a expulsão de ex-integrantes do antigo governo da política e da economia do país.
Mubarak e seus dois filhos também são acusados pelas mortes de manifestantes e por enriquecimento ilícito. Seus julgamentos devem começar em 3 de agosto.
Numa aparente tentativa de conter a ira popular, o promotor-geral do Egito, Mahmoud Abdel-Meguid, entrou com uma apelação contra os réus assim que a sentença de absolvição foi anunciada, informou a televisão estatal egípcia. Ele já havia tomado decisão semelhante após a decisão de segunda-feira de libertar os policiais.
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