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O governo do Egito confirmou nesta quinta-feira que a passagem fronteiriça de Rafah, que liga a Faixa de Gaza à Península do Sinai e a única não controlada por Israel, está “aberta ao tráfego e não foi fechada em nenhum momento desde o início do conflito” no último sábado.
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores egípcio afirmou que, embora esteja aberta ao tráfego — embora não tenha mencionado se está aberta às pessoas —, as instalações vitais da travessia do lado palestino foram "destruídas pelos repetidos bombardeios israelenses, o que impede o seu funcionamento normal”.
Por esta razão, pediu a Israel que “evite atacar o lado palestino da passagem para que os esforços de restauração e reparação sejam bem sucedidos e funcione mais uma vez como uma passagem de apoio aos irmãos palestinos na Faixa”.
Nos últimos dias, o lado palestino da travessia sofreu até três bombardeios israelenses no âmbito de uma campanha contra a Faixa de Gaza em retaliação ao ataque surpresa que o grupo terrorista Hamas realizou no último sábado e que matou pelo menos 1.300 pessoas em Israel.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 1.354 morreram nos bombardeios de retaliação israelenses na Faixa.
Em meio a esse caos, o Egito está tentando evitar um possível “êxodo em massa” de palestinos para o Sinai, segundo disseram fontes de segurança egípcias.
No entanto, o Egito também está em negociações com os Estados Unidos, um aliado de Israel, sobre a possibilidade de abrir um corredor seguro para Gaza a partir do Sinai para a entrega de ajuda humanitária, dado que o enclave palestino não tem electricidade e poucos itens de necessidades básicas devido ao bloqueio israelense.
O número de deslocados na Faixa de Gaza ultrapassou os 338 mil, aumentando assim em 75 mil pessoas o número de civis que fugiram das suas casas no território palestino em um dia, segundo informou hoje o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).