Luta interna
Veja quais são as principais forças que disputam o poder no Egito:
Junta militar
Órgão criado pelo Comando Supremo das Forças Armadas (Scaf) para governar o país após a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, 82 anos. No início de maio, havia prometido deixar o poder nas mãos de uma autoridade civil antes de 30 de junho e se comprometeu a organizar eleições livres e transparentes.
Na quinta-feira, porém, assumiu o Legislativo depois de o Supremo Tribunal anular as eleições de janeiro.
Irmandade muçulmana
Coligação com maior número de cadeiras antes da dissolução do Parlamento, liderada pelo partido Liberdade e Justiça. Grupo vencedor das primeiras eleições livres para a Assembleia Nacional. Existe desde 1928, atuando em mais de 60 países. Sua influência vem da mistura entre religião e assistência social.
Justificativa da Suprema Corte para a dissolução do Parlamento= Um terço das cadeiras deveria ser ocupado por candidatos independentes; na prática, boa parte é filiada à coalização da Irmandade Muçulmana.
Candidatos do segundo turno
Mohamed Mursi, 61 anos: Líder do Partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana; estudou nos EUA
Ahmed Shafiq, 71 anos: Ex-comandante da Aeronáutica, foi primeiro-ministro nos dias finais da ditadura
Fonte: Folhapress
A comissão eleitoral egípcia estendeu o horário de votação em uma hora no primeiro dia do segundo turno das eleições presidenciais. Os postos de votação fecharão às 21h (horário local), ou às 16h deste sábado em Brasília.
Mais de 50 milhões de eleitores foram convocados a escolher entre o ex-primeiro-ministro, Ahmed Shafiq, e o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, para suceder o presidente Hosni Mubarak, que foi deposto por um levante popular no ano passado.
O resultado oficial deve ser divulgado na próxima quinta-feira (dia 21). O segundo turno das eleições presidenciais ocorre em uma atmosfera de suspeita, resignação e preocupação. A votação pode culminar na implementação do antigo regime ou trazer o islã ao governo.
A disputa entre Shafiq, oficial de carreira da força aérea como Mubarak, e Mursi, um engenheiro treinado pelos Estados Unidos, divide profundamente o país 16 meses depois que uma revolta popular derrubou um governante que estava no poder há 19 ano.
Os egípcios foram às urnas várias vezes desde a queda de Mubarak em fevereiro de 2011 - a começar por um referendo no começo de 2011, múltiplas rodadas de eleições parlamentares iniciadas em novembro e o primeiro turno da corrida presidencial no mês passado.
"As pessoas estão deprimidas, ninguém está feliz depois que voltamos à estaca zero", disse o advogado Abu Bakr Said, referindo-se à decisão judicial que acabou com o único órgão eleito no país. "Não temos confiança agora em qualquer eleição e eu sei que uma segunda revolução está chegando", afirmou ele, enquanto aguardava na fila do lado de fora de um posto de votação no Cairo.
Segundo turno das eleições no Egito
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