Manifestantes exibiram cartazes a favor do governo| Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters

Foi encerrado ontem o referendo constitucional do Egito, que deve abrir caminho para a candidatura presidencial do chefe militar do país, Abdel Fattah al-Sisi. Os resultados devem sair hoje, mas a previsão é que a carta seja aprovada.

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A previsibilidade da disputa acontece pela falta de campanha contrária após a intensa repressão do governo interino à Irmandade Muçulmana, movimento islamita ao qual era filiado o presidente deposto Mohammed Mursi e que foi considerado um grupo terrorista.

A entidade também boicotou o referendo, o que analistas dizem que pode ser um sinal de que a instabilidade política no Egito continua. Apesar da proibição dos protestos, diversos manifestantes islamitas foram às ruas nos dois dias do referendo.

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Ontem, as manifestações aconteceram na capital Cairo e nas cidades de Al Sharqiyah (norte), Fayoum e Delga (sul), mas sem a violência registrada na terça-feira, quando os protestos terminaram com 11 mortos e 79 detidos, segundo o Ministério do Interior.

Reforço

A preocupação com outra jornada de protestos levou o governo a aumentar o efetivo de patrulha em todo o país. Cerca de 200 mil membros das forças de segurança e outros 160 mil militares policiaram as ruas e cercaram as áreas de votação.

Apesar dos protestos, diversos aliados do governo interino cantavam gritos de guerra e músicas em apoio aos militares em alguns centros de votação. A Aliança contra o Golpe e Pró-Democracia, que apoia Mursi e recomendou o boicote ao pleito, acusou a imprensa de falsificar os números de votantes.