Policial acompanha a contagem de votos do referendo no Egito| Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

As urnas de todo o Egito foram fechadas na noite desta quarta-feira (15) depois do segundo e último dia de votação no texto de uma nova Constituição que poderá abrir caminho para a candidatura presidencial do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi.

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A votação transcorreu mais pacificamente do que na terça-feira, quando nove pessoas foram mortas, mas as autoridades disseram que a polícia prendeu pelo menos 79 pessoas nesta quarta-feira durante protestos de partidários do presidente deposto Mohamed Mursi, destituído do poder por Sisi em julho.

A mídia estatal informou que as urnas tinham sido fechadas, a apuração já começara e resultados não oficiais poderiam ser divulgados dentro de algumas horas.

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A previsão é de que a Constituição seja facilmente aprovada. Houve poucos sinais de oposição a ela, depois de uma dura repressão do governo contra a Irmandade Muçulmana, de Mursi. Segundo grupos de defesa dos direitos humanos, a campanha pelo "não" foi alvo de repressão.

O projeto da nova Constituição remove os termos islâmicos da Carta aprovada um ano atrás quando Mursi ainda estava no poder. Além disso, fortalece os órgãos do Estado que o desafiaram: o Exército, a polícia e o Judiciário.

Sisi, que depôs Mursi após protestos de massa contra o governo dele, aparente estar esperando o resultado do referendo para decidir se irá se candidatura à Presidência, embora analistas digam que sua candidatura parece ser uma conclusão precipitada.

As autoridades não indicaram quando serão anunciados os resultados da apuração. Mas um porta-voz da Comissão Superior Eleitoral, Hisham Mokhtar, disse à Reuters que de acordo com a lei, eles devem ser divulgados dentro de 72 horas após o fechamento das urnas.

O governo, apoiado pelos militares, disse que houve grande comparecimento, mas partidários de Mursi, que está preso e é integrante da Irmandade Muçulmana, afirmam que seus chamados por um boicote contra uma votação que é uma "farsa" foram atendidos.

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O Instituto do Cairo para os Direitos Humanos criticou a mídia egípcia por "alimentar o ódio contra a Irmandade" e contribuir para o clima de intimidação.

Em muitas seções eleitorais do Egito, país mais populoso do mundo árabe, o referendo parecia fundir-se com um voto em favor do próprio Sisi.

Mulheres gritavam seu nome e ululavam na fila para votar enquanto uma canção pró-Exército, popularizada depois da derrubada de Mursi, era tocada em carros.

O referendo é peça-chave no plano de transição política que o governo interino formulou como um caminho para a democracia ao mesmo tempo em que continua a adotar medidas ferozes contra a irmandade, que até o ano passado era o partido mais bem organizado do Egito.

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