As autoridades do Egito impediram neste sábado (19) que um comboio de ativistas locais atravessasse a Faixa de Gaza pela passagem na fronteira de Rafah para transportar ajuda humanitária e sanitária "por questões de segurança", informou à Agência Efe um dos voluntários, Tamer Abu Arab.

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"Após três horas tentando negociar, nos fizeram voltar ao posto de controle antes de entrar na cidade de Al Arish (no norte do Sinai) e nos disseram que não havia forças de segurança suficientes para que nos acompanhassem até a passagem fronteiriça", explicou.

Abu Arab disse ter dúvidas sobre a versão oficial porque garantiu que "os soldados que impediram a passagem eram de um regimento capaz de escolta-los e até a mais gente", e assinalou que os voluntários pediram que as autoridades "assinem qualquer papel para eximir o Egito da responsabilidade para que pudessem passar".

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Mas os oficiais ali presentes se negaram continuar e "nos deram dez minutos para ir se não os deteriam".

Este voluntário, escritor de profissão, culpou a "mudança na posição do governo egípcio na questão palestina".

"O executivo atual considera que qualquer ajuda aos palestinos é para o Hamas e, por consequência, para a Irmandade Muçulmana", organização declarada terrorista pelo governo egípcio, assinalou.

Além disso, advertiu que eles "não têm nenhum tipo de posição política e só levam comida e remédios para ajudar seus irmãos que estão sendo bombardeados".

Este comboio humanitário viajava para a Faixa depois do pedido do Ministério da Saúde de Gaza, de ajuda sanitária porque está ficando sem remédios para tratar os feridos.

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A comitiva estava formada por 12 ônibus e 300 pessoas que levavam duas toneladas de comida e uma carga de remédios.

O Egito está intermediando um cessar-fogo entre Israel e Hamas, que foi rejeitado pelo grupo islamita palestino, embora aceito por umas horas por Tel Aviv.

Pelo menos 330 palestinos, a grande maioria civis, morreram desde que começou, no último dia 8, a intensa ofensiva israelense contra Gaza, enquanto do outro lado quatro israelenses - um civil e três soldados - morreram em ataques de milícias islamitas palestinas.

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