Os islamitas egípcios devem participar nesta sexta-feira de manifestações a favor do referendo constitucional, que terá início amanhã no país, enquanto os opositores protestarão contra a consulta.
Várias forças políticas não islamitas convocaram uma manifestação sob o lema "Não ao referendo", que acontecerá nas cercanias do Palácio Presidencial, no Cairo, cenário de maciços protestos contra o líder egípcio, Mohamed Mursi, há várias semanas.
Os manifestantes marcharão, depois da oração do meio-dia, desde as zonas de Roxy, Mostafa Mahmoud, Hadaiq al Quba e Al Higaz, na capital, até o palácio.
Os opositores - unidos na Frente de Salvação Nacional - rejeitam o referendo por considerar que não são atendidas as condições necessárias para sua realização. Eles querem que o processo aconteça em um só dia e conte com supervisão judicial completa.
A consulta está convocada para os dias 15 e 22 de dezembro, em vez de uma só jornada, devido à escassez de juízes, já que muitos deles boicotarão a consulta em rejeição às últimas decisões de Mursi.
Os opositores também criticam o fato de o texto constitucional ter sido redigido e aprovado sem consenso por uma assembleia da qual a minoria laica se retirou em protesto pelo domínio dos islamitas.
Em resposta a essas críticas, salafistas, Irmandade Muçulmana e membros da instituição sunita Al-Azhar, entre outros grupos, protagonizarão hoje uma concentração em frente à mesquita de Rabaa al Adauiya, no bairro de Madinet Nasr, no Cairo.
Os islamitas defenderão as decisões do presidente e pedirão o voto a favor do projeto de Constituição.
O Egito vive uma forte polarização política perante o referendo constitucional, para o qual as medidas de segurança foram reforçadas com o desdobramento de 120 mil militares.