Ex-ditador do Egito, Hosni Mubarak, é visto dentro de uma cela em uma delegacia de polícia no Cairo| Foto: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

A Justiça do Egito adiou pela terceira vez o julgamento do ex-ditador Hosni Mubarak, acusado da morte de manifestantes durante as revoltas que o derrubaram, em 2011. O juiz do caso, Mahmoud el Rashidi, marcou a nova audiência para segunda-feira (10).

CARREGANDO :)

Mubarak, que comandou o país por 30 anos, ainda é acusado em outras ações por corrupção, enriquecimento ilícito e dano proposital aos cofres públicos devido ao acordo assinado entre Egito e Israel para o fornecimento de gás natural.

No caso da morte dos manifestantes, o magistrado responsável afirmou que serão revistas as provas que constam no processo. Rashidi, no entanto, se declarou incompetente para avaliar as indenizações que deverão ser pagas às famílias dos mortos.

Publicidade

O ex-ditador foi à audiência, acompanhado dos seis ministros que foram acusados na sessão, realizada na Academia Policial, no Cairo. Apesar do forte esquema de segurança, não houve confrontos na área.

Este é o segundo julgamento ao qual Mubarak é submetido por envolvimento nas mortes provocadas pela polícia durante as revoltas. Ele havia sido condenado em junho de 2012 à prisão perpétua, mas houve recurso da Promotoria, que deseja a pena de morte, e da defesa, que alegou falta de provas.

A primeira sessão do segundo julgamento aconteceu em 11 de maio, mas o juiz pediu um prazo maior para inserir mais provas ao processo. A defesa voltou a pedir a liberdade a Mubarak, assim como de seus filhos, Alaa e Gamal, que estão presos na cadeia de Tora, ao lado do Cairo.

Para os defensores, todos já cumpriram o período máximo de prisão preventiva. Por outro lado, a Promotoria quer que eles continuem presos. Os seis ajudantes do ex-ministro, que haviam sido absolvidos anteriormente, também estão sendo processados pela morte de mais de 800 manifestantes em janeiro de 2012.