A promotoria pública do Egito informou que encaminhou 48 muçulmanos e cristãos para a corte criminal neste sábado (4), por sua participação em violência sectária que resultou no incêndio de uma igreja no bairro de Imbaba, no Cairo, em 7 de maio.

CARREGANDO :)

O conflito, no qual 12 pessoas foram mortas e 52 ficaram feridas, foi desencadeado por rumores de que cristãos haviam sequestrado uma mulher, Abeer Fakhry, que se convertera ao islamismo.

Entre as acusações formuladas pela promotoria se incluem incitar à violência sectária, assassinato premeditado, terrorismo e provocação de incêndio.

Publicidade

Esse tipo de confronto representa um desafio para o novo governo militar do Egito, que está sob pressão para impor segurança ao país e reavivar a debilitada economia, ao mesmo tempo que evita adotar duras medidas contra grupos islamistas, como as impostas pelo ex-presidente Hosmi Mubarak.

O porta-voz da promotoria, Adel Said, disse que antes dos confrontos um grupo de muçulmanos se havia concentrado diante de uma mesquita em Imbaba para incitar a população a revistar edificações próximas a uma igreja, em busca da mulher.

Enquanto isso, boatos entre os cristãos do bairro indicavam que a multidão de muçulmanos planejava atacar a igreja. Os cristãos formaram, então, grupos para proteger o templo e algumas pessoas atiraram contra a multidão de muçulmanos, disse o porta-voz.

Alguns muçulmanos também portavam armas e responderam aos disparos. Um outro boato, de que um clérigo muçulmano havia sido morto, levou depois um grupo a incendiar a igreja, acrescentou.

O promotor disse que 22 dos acusados estão detidos e foram dadas ordens de captura dos outros 26. Ainda não foi marcada a data do início das audiências.

Publicidade

Conflitos religiosos são motivo frequente de tensão no Egito, onde os cristãos representam cerca de 10 por cento dos 80 milhões de habitantes.

Veja também
  • Tribunal egípcio condena ex-ministro a 30 anos de cadeia
  • Hillary Clinton pede que Mubarak tenha processo justo no Egito
  • Mubarak será julgado no dia 3 de agosto, diz fonte