Familiares dos cristãos egípcios mortos pelo Estado Islâmico participam de missa ao sul do Cairo| Foto: Asmaa Waguih/Reuters

Repercussão

Papa critica a ação dos extremistas na Líbia e cresce tensão na Itália

O papa Francisco condenou o grupo Estado Islâmico (EI) pelo assassinato de egípcios na Líbia "apenas por serem cristãos". Francisco falou ontem de improviso durante uma audiência com a delegação ecumênica da Escócia. "Eles apenas disseram ‘Jesus, me ajude...’ O sangue de nossos irmãos cristãos é o testemunho que grita, sejam eles católicos, ortodoxos, coptas, luteranos, não importa. Eles são cristãos!" Militantes afiliados ao EI na Líbia divulgaram um vídeo na noite de domingo passado que mostra a decapitação em massa de reféns cristãos coptas que eram mantidos pelo grupo havia algumas semanas. Os assassinatos elevaram o nível de ansiedade na Itália, tendo em vista a proximidade da Líbia com o país, que fica do outro lado o Mar Mediterrâneo, e porque um dos militantes no vídeo disse que o grupo tem planos de "conquistar Roma", a sede do catolicismo no mundo.

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Intervenção italiana

Autoridades da Itália disseram que o país estudará uma intervenção militar para impedir que o Estado Islâmico avance na Líbia, se os esforços diplomáticos fracassarem.

Cairo realizou ontem dois ataques contra posições do Estado Islâmico (EI) na Líbia, enviando aviões que bombardearam Darna, um reduto extremista no leste do país.

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A ofensiva do Egito foi lançada em resposta ao assassinato de 21 cristãos coptas pelo EI, gravada em vídeo e divulgada pela internet no último domingo – algo se tornou uma marca do grupo.

O fato pegou a comunidade internacional de surpresa ao mostrar a influência do EI numa região fora do Iraque e da Síria. Partidários do grupo dominaram diversas cidades líbias, atravessando o Mar Mediterrâneo a partir da Itália.

Ainda é incerto se os bombardeios egípcios terão continuidade – Cairo havia pedido uma intervenção internacional na Líbia –, mas a ação militar acentua a crise política no território líbio.

A chefia das Forças Armadas detalhou que os bombardeios foram "contra quartéis, posições de concentração e de treinamento, e armazéns de armas" dos jihadistas.

Pelo menos cinco civis, três crianças e duas mulheres morreram nos ataques.

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Para o Exército egípcio, a resposta cumpriu seus objetivos "com exatidão" e os aviões das Forças Aéreas egípcias "voltaram sãos e salvos para suas bases".

As Forças Armadas advertiram que a ação se trata de "uma vingança em nome do sangue egípcio".

A força aérea líbia também participa da ação militar.

Desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011, vários grupos extremistas se fortaleceram na Líbia. Alguns deles declararam ter ligações com o EI e reivindicaram a autoria de ataques de grande porte, como o atentado contra o hotel Corinthia, em Tripolí, no mês passado, que deixou nove mortos.

O governo do Egito pede que a coalizão liderada pelos EUA que combate o Estado Islâmico na Síria e arredores aumente seu escopo e passe a atuar na África.

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