Tribunal durante o julgamento do fotojornalista egípcio Mahmoud Abu Zeid, amplamente conhecido como Shawkan, na capital do Cairo, em 8 de setembro de 2018| Foto: MOHAMED EL-SHAHED/AFP

Um tribunal do Egito condenou 75 pessoas à morte e 56 à prisão perpétua, incluindo líderes islâmicos proeminentes, em um julgamento em massa de 739 manifestantes que participaram de protestos contra a deposição do presidente Mohamed Morsy, em 2013.

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A sentença foi proferida neste sábado (8), pelo juiz Hassan Farid el-Shami. A Anistia Internacional disse que o julgamento foi “injusto” e “desonroso”. Grupos de direitos humanos estimam que 800 manifestantes tenham morrido no conflito.

Morsy foi retirado do poder por Abdel Fatah Al-Sisi em um golpe militar em 3 julho daquele ano. Seus aliados e a filiados da Irmandade Muçulmana, grupo fundamentalista, organizaram protestos, que, um mês depois, acabaram em uma violenta repressão por parte das forças de segurança do novo governo. Centenas de pessoas morreram no conflito, a maioria delas pró-Morsy.

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De acordo com o The Guardian, os 75 sentenciados à pena de morte foram acusados de crimes que vão de assassinato à incitação para burlar a lei, participação em grupo banido ou de manifestações ilegais. O governo alega que muitos dos manifestantes estavam armados e que oito membros das forças de segurança foram mortos - o que desmente a informação inicial de que 40 policias haviam sido assassinados.

Muitos dos que foram condenados à prisão neste julgamento são manifestantes pacíficos e jornalistas, segundo organizações de direitos humanos. De acordo com a CNN, cerca de 200 acusados foram sentenciados a cinco anos de prisão, entre eles o fotojornalista Mahmoud Abu Zeid – como estão presos desde 2013, já cumpriram a pena integralmente e serão libertados em breve, mas ficarão sob a vigilância do governo.