O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), uma organização com sede em Nova York, denunciou nesta quinta-feira o número recorde de jornalistas detidos no Egito, afirmando que os profissionais enfrentam “ameaças sem precedentes”. De acordo com relatório do CPJ, há 18 presos no país, a maioria de meios digitais, o maior número desde o início dos registros, em 1990.
“O risco de ir para prisão é parte de uma atmosfera na qual as autoridades pressionam os meios para censurar vozes críticas e criar mordaças a respeito de temas sensíveis”, afirma a organização no relatório, explicando que a maioria dos presos é simpatizantes do movimento Irmandade Muçulmana, ao qual o ex-presidente deposto Mohamed Morsi pertence.
Segundo o comitê, as detenções são realizadas sob pretexto da segurança nacional para reprimir a liberdade de imprensa. Um terço dos detidos enfrenta o risco de prisão perpétua.
“A detenção de jornalistas no Egito geralmente é violenta e implica agressões, abusos, apreensões em suas casas e o confisco de bens”, acrescenta o documento
Segundo o relatório, as celas muitas vezes estão sujas e lotadas. Nas cartas, os jornalistas denunciam que não ficam tempo suficiente à luz do sol e outros mencionam torturas.
Os ativistas dos direitos humanos denunciam um agravamento da situação da imprensa no Egito desde que o exército destituiu o presidente islamita Mohamed Mursi.
Seu sucessor, Abdel Fatah al-Sissi, ordenou uma violenta repressão contra a Irmandade Muçulmana e seus simpatizantes.
Associações de defesa dos direitos humanos acusam o atual governo de ser ainda mais repressivo que o de Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular em 2011 depois de passar quase três décadas no poder.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo