Continua nesta quarta-feira (15), pelo segundo e último dia, o referendo constitucional egípcio que irá decidir a nova Carta do país. É esperado que o texto seja aprovado em margem segura, mas analistas aguardam o resultado do comparecimento às urnas para avaliar a legitimidade e a estabilidade que virão em seguida.
A nova Constituição irá substituir aquela rascunhada em 2012 pela Irmandade Muçulmana, durante a Presidência do islamita Mohammed Mursi. Com sua deposição, em julho de 2013, o texto foi suspenso pelo governo interino, apoiado pelo Exército. É o terceiro referendo em três anos.
A Carta de 2012 havia tido 64% de aprovação em voto, mas com pouco mais de 30% de comparecimento às urnas. Caso o referendo dê legitimidade ao governo interino e ao golpe de Estado egípcio, é provável que o líder militar Abdel-Fatah al-Sisi concorra à Presidência, ao que seus oponentes apontam o retorno à ditadura no país, após a insurgência de 2011.
A Irmandade Muçulmana, recentemente considerada uma organização terrorista e perseguida pelo aparato estatal, pede o boicote do pleito. Houve ontem disputas envolvendo seus seguidores, com ao menos nove mortos ao redor do país.
Há expectativa de mais violência, hoje, apesar de mais de 200 mil policiais terem sido deslocados para a segurança durante o voto.
Pela manhã, havia protestos em Alexandria e em distritos ao redor do Cairo. O Exército impedia a passagem de carros ao norte do país.
