Egípcios improvisam no Cairo memorial aos mortos durante os 18 dias de manifestações contra o ditador Mubarak| Foto: Ugarte Pedro / AFP

Próximos passos

Junta militar do Egito no poder coordenará mudança constitucional.

Próxima semana

> Premier Ahmed Shafik promete anunciar novo gabinete que incluirá líderes oposicionistas.

23 de fevereiro

> Fim dos estudos e trabalhos para elaborar propostas de emendas constitucionais.

Abril

> Texto da nova Constituição será levada a referendo. Especula-se que a Carta Magna, se aprovada, legalizará a atuação de todos os partidos oposicionistas, incluindo a banida Irmandade Muçulmana.

Setembro

> Eleições gerais.

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Estados Unidos querem revolução no Irã

Em meio aos intensos confrontos entre manifestantes e policiais nas ruas de Teerã, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que seu país apoia as demandas dos opositores e saudou a "coragem" e as "aspirações" dos que protestam contra o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad e disse que a República Islâmica precisa "abrir" seu sistema político.

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Governo pede congelamento de bens de aliados de Mubarak

O Egito pediu à Grã-Bretanha que congele os bens de vários ex-integrantes do governo egípcio, questão que foi discutida durante reunião de ministros de Finanças da União Europeia (UE), informou o ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague.

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Cairo - Em meio ao ambiente de incerteza predominante no Egito desde a queda do ditador Hosni Mu­­barak, a junta militar que assumiu o governo deu mais um pas­­so para convencer a oposição de que irá cumprir a promessa de uma transição democrática.

Reunidos com jovens oposicionistas que deflagraram os protestos contra o regime, os militares comunicaram que as emendas à Constituição serão finalizadas em dez dias. Após dois meses, elas irão a referendo popular.

Além de prometer concessões, a junta militar também fez um alerta contra a onda de protestos e greves dos últimos dias, que moveram o foco da insatisfação popular para os baixos salários e más condições de trabalho.

Soldados tentaram ontem impedir manifestações na Praça Tahrir, foco dos 18 dias da mobilização popular que pôs fim à era Mubarak.

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Embora a maioria dos milhares de manifestantes tenha se retirado e os carros já circulem onde antes havia barracas, a praça continua em estado de turbulência e se tornou destino de grevistas de várias categorias.

Paralisações e protestos se es­­tenderam a setores como transportes, bancos, turismo, óleo, gás e mídia, impedindo que a economia recupere o fôlego perdido desde que as manifestações começaram, em 25 de janeiro.

No quinto comunicado desde o início da crise, o Conselho Su­­premo das Forças Armadas disse que as greves "comprometem a segurança do país’’ e pediu "unidade’’ à população. "Esperamos que todos criem a atmosfera certa até nós transferirmos a liderança a uma autoridade civil eleita’’, diz o comunicado.

A promessa de uma transição democrática feita repetidas vezes pelos militares parece convencer a maioria dos opositores, mesmo após medidas anunciadas no domingo que colocaram o país sob tutela direta dos militares.

Os generais que formam a junta suspenderam a Consti­­tui­­ção, dissolveram o Parlamento e estabeleceram seu período de permanência no governo em seis meses, ou até as eleições.

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Voto de confiança

Um dos 13 jovens que participaram do encontro com dois dos generais foi Wael Ghonim, o executivo da Google que se tornou o herói mais visível da revolução depois de fomentar os protestos em páginas da internet e ficar preso por 12 dias.

Em sua página no Facebook, Ghonim escreveu que a comissão constituída para reformar a Constituição "é conhecida pela integridade, honra, e por não pertencer a nenhuma tendência política’’, num expressivo voto de confiança à neutralidade da junta militar.

A imprensa egípcia por sua vez continuou a publicar histórias sobre os últimos dias de Mu­­barak.

O ex-presidente foi apresentado como um homem imerso na confusão criada por um ministro do Interior que escondia a verdadeira dimensão das manifestações e por seu filho Gamal, contado na época como o principal candidato à sucessão, que o pressionava a adotar uma atitude mais dura.

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Empresas reabrem e chamam expatriados

As empresas estrangeiras estão retomando suas operações no Egito, reabrindo fábricas e trazendo de volta ao país funcionários expatriados du­­rante a recente turbulência po­­lítica. O movimento ocorre depois de o Conselho Supremo das For­­ças Armadas ter pedido que o país volte ao normal após Hosni Mubarak ter deixado a presidência.

Inúmeras empresas estrangeiras, incluindo a Nissan Mo­­tor, Lafarge e General Motors suspenderam suas atividades no país no final de janeiro à me­­dida que as demonstrações contra o ex-presidente cresceram. Trabalhadores estrangeiros deixaram o Egito, mas estão retornando agora.