Ao todo 41.163 pessoas foram detidas no Egito por motivos políticos ou por atuar contra o regime durante os 11 meses posteriores à derrocada pelos militares, em julho passado, do ex-presidente Mohammed Mursi.
O número, resultado de um relatório da base de dados da revolução egípcia Wiki Thawra, contabiliza os detidos de 3 de julho de 2013 até o último 15 de maio.
A contagem inclui toda pessoa processada pelo tribunal penal, declarada culpada ou inocente, e os juízos militares contra civis, mas também os detidos por questões políticas, sectárias, sociais ou supostos atos terroristas.
Da cassação de Mursi até 31 de dezembro, um total de 36.478 foram detidas, acusadas e processadas por questões políticas, segundo essa mesma base de dados.
Outras 142 foram detidas em protestos sociais; 87 em manifestações trabalhistas; 415 por incidentes sectários; 1.714 por supostos atos terroristas; 1.453 por infração do toque de recolher com supostos objetivos criminosos e 874 civis foram submetidos a juízos militares.
Entre os detidos há jornalistas, estudantes, menores de idade, mulheres, professores, médicos, engenheiros, advogados, imãs e sindicalistas.
O número tem uma margem de erro de 5% segundo o Wiki Thawra, já que o mesmo nome pode aparecer em mais de uma ocasião, por as pessoas serem acusadas de vários crimes.
Segundo outro relatório publicado pelo Wiki Thawra em abril, pelo menos 3.248 pessoas morreram no Egito e outras 16.806, na maioria civis, ficaram feridas em atos de violência ocorridos desde a cassação de Mursi.
Desde o golpe militar contra Mursi, as autoridades debilitaram a estrutura da Irmandade Muçulmana, aos que declararam "organização terrorista", ao tempo que detiveram a seus principais líderes e reprimiram suas manifestações.
O caso mais grave foi registrado 14 de agosto passado, quando no despejo policial dos acampamentos dos islamitas no Cairo e na posterior onda de violência por todo o país morreram cerca de mil pessoas, segundo Wiki Thawra.
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