O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak deve assegurar lugar no segundo turno da disputa pela liderança do Partido Trabalhista, depois que a eleição primária de segunda-feira aparentemente derrubou o atual presidente do partido, segundo pesquisas de boca-de-urna.

CARREGANDO :)

Mas os dois levantamentos divulgados na imprensa local são contraditórios e têm margem de erro grande a ponto de manter a possibilidade de que Barak ou seu principal adversário, o almirante da reserva Ami Ayalon, tenham conseguido os 40 por cento dos votos necessários para liquidar a disputa no primeiro turno.

Uma das pesquisas deu Barak na frente, com 38 por cento, dois pontos à frente de Ayalon. A outra deu a vantagem ao ex-almirante, com 39 por cento, seis à frente de Barak, que há sete anos, como primeiro-ministro, tentou sem sucesso fazer a paz com os palestinos.

Publicidade

Em ambas as pesquisas, Amir Peretz, presidente do partido e ministro da Defesa na atual coalizão, aparece num distante terceiro lugar (variando de 17 a 19 por cento).

O resultado deve sair nas próximas horas, e o eventual segundo turno -- que segundo várias pesquisas daria uma confortável vitória de Ayalon contra Barak -- deve ocorrer dentro de duas semanas.

O resultado não deve afetar o governo, pois os três principais candidatos prometeram manter a aliança com o partido centrista Kadima, do primeiro-ministro Ehud Olmert.

O que parece incontestável a julgar pelas pesquisas é que Peretz, muito criticado como ministro da Defesa desde a guerra de 2006 no Líbano, vai perder a liderança trabalhista.

Barak e Ayalon têm em comum serem esquerdistas com ilustres antecedentes militares e prometerem buscar a paz com os vizinhos árabes.

Publicidade

Mas Olmert, assim como Peretz, foi abalado por um inquérito oficial sobre a condução da guerra do Líbano, cujos resultados põem em risco o futuro do governo em longo prazo -- o desligamento dos trabalhistas da coalizão pode levar à antecipação de eleições, previstas só para 2010.

Os dois outros candidatos na disputa trabalhista ficaram abaixo dos 10 por cento. Cerca de 60 por cento dos 103 mil filiados votaram, segundo fontes partidárias.

Peretz já havia anunciado sua saída do Ministério da Defesa, independentemente do resultado. O novo presidente deve assumir o cargo, já que a pasta está destinada ao Partido Trabalhista como parte do acordo de divisão de poder com o Kadima.

A votação ocorreu em meio a uma onda de ataques de militantes palestinos em Gaza. No domingo, um foguete dos militantes caiu em Sderot, cidade natal de Peretz. Israel reage aos ataques com violentos bombardeios.

A votação continuou por uma hora a mais em Sderot devido aos transtornos provocados por ataques anteriores de foguetes.

Publicidade