O ex-primeiro-ministro Ehud Barak derrotou nesta quarta-feira de madrugada (hora local) nas primárias trabalhistas em Israel, por estreita margem, Ami Ayalon, ex-chefe do serviço de segurança interna Shin Beth, de acordo com representantes de ambos os lados.

CARREGANDO :)

"Parece que Ehud Barak ganhou as eleições, e ambas as partes estão de acordo", disse à AFP, na sede do partido em Tel Aviv, o secretário-geral dos trabalhistas, Eitan Cabel, partidário do ex-premier.

O ex-secretário-geral do partido Nissim Zvili, que estava do lado do outro candidato, admitiu que "parece que Barak ganhou".

Publicidade

Segundo o Partido Trabalhista, a taxa de participação foi de 63%, de um total de 103.000 membros com direito a voto.

As 313 seções eleitorais espalhadas por todo o país reabriram suas portas novamente na terça-feira, entre 8h30 (2h30 de Brasília) e 21h (15h de Brasília), já que não foi possível eleger um vencedor no primeiro turno, de 28 de maio.

"Peço aos eleitores que reflitam sobre quem é o mais bem colocado para dirigir o país em tempos de guerra e quem terá mais coragem para fazer a paz", disse Barak, em Kfar Saba, uma localidade ao norte de Tel Aviv onde ele votou.

"Aqueles que querem um novo caminho para o Partido Trabalhista devem votar em mim", declarou, por sua vez, Ayalon, que votou perto de Haifa, no norte do país.

Ambos se pronunciaram publicamente pela retirada do partido da coalizão de Ehud Olmert, caso o premier insista em se manter no poder, após as críticas do relatório de uma comissão governamental de investigação à sua gestão da guerra de 2006 contra o Hezbollah, no Líbano.

Publicidade

Sem o apoio dos 19 trabalhistas eleitos, Olmert ficaria em minoria no Parlamento (120 assentos) e seria obrigado a renunciar, direcionar seu gabinete para a direita, ou optar por eleições antecipadas. A legislatura atual vai até 2010.

De qualquer maneira, os dois candidatos já deram a entender que podem continuar no governo, sobretudo para evitar eleições antecipadas que levariam à vitória de Benjamin Netanyahu, chefe do Likud (de direita), como apontam as pesquisas.

Para o secretário-geral Eitan Cabel, a permanência (ou não) do partido na coalizão será decidida apenas com a publicação, prevista para agosto, do relatório final da comissão de investigação sobre as falhas da guerra no Líbano.

"Tomaremos uma decisão nesse momento", declarou.

Aos 65 anos, Ehud Barak se apresenta como o único em condições de ser um ministro da Defesa crível "em caso de guerra" e de impedir o retorno ao poder de Benjamin Netanyahu.

Publicidade

Ami Ayalon, de 61, também tem uma desvantagem: é novato na política e entrou no Parlamento no último ano sem nunca ter exercido uma função ministerial.

No primeiro turno, Barak e Ayalon derrotaram o atual chefe do partido, o ministro da Defesa Amir Peretz.