O grupo radical Estado Islâmico (EI) passou a controlar mais de 50% do território da Síria após avançar sobre o deserto central do país, onde fica a cidade de Palmira, cuja conquista foi finalizada ontem pela facção.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os radicais dominam 95 mil quilômetros quadrados do país e estão em nove províncias: Homs, Raqqa, Deir ez Zor, Al Hasaka, Hama, Aleppo, Damasco, Rif Damasco e Sueida. Na capital Damasco, os milicianos controlam partes do campo de refugiados palestinos de Al Yarmouk e do distrito de Hayar al Asuad, ao sul da capital.
A facção se apoderou de praticamente todos os campos de petróleo e gás na Síria depois de entrar nas duas instalações de gás da região de Palmira. O regime sírio conta agora apenas com o campo de Shaer, na província de Homs, enquanto as forças curdas controlam os campos do nordeste.
Ontem, após oito dias de combate com tropas leais a Damasco, milicianos do EI assumiram o controle de Palmira, cidade fundada há pelo menos 4 mil anos. Pelo menos 17 pessoas, incluindo integrantes das forças de segurança sírias e civis pró-governo, teriam sido executadas pelos membros do EI. Alguns deles foram decapitados, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O regime de Bashar Assad admitiu a derrota por meio da agência oficial Sana, ao afirmar que as tropas leais a Damasco “se retiraram depois da entrada de um grande número de terroristas do EI” na cidade. A tomada de Palmira aumenta os temores de que o EI possa destruir todo o patrimônio histórico da região.
No Iraque, o EI derrotou ontem forças do governo a leste da cidade de Ramadi. O EI quer consolidar suas vitórias na vasta província de Anbar, da qual Ramadi é a capital, onde partes do território continuam sob controle do governo.
Obama
Para o presidente Barack Obama, o país não está perdendo a guerra contra o EI. “Não acho que estejamos perdendo, mas não há dúvidas de que houve um revés tático”, disse Obama à revista “The Atlantic” sobre os recuos no Iraque e na Síria,
O Exército dos Estados Unidos admitiu ontem que duas crianças foram mortas durante um ataque aéreo contra militantes do EI na Síria em novembro.