O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) divulgou nesta quinta-feira (26) um vídeo na internet que mostra como destrói dezenas de figuras do Museu da Civilização de Mossul no Iraque, algumas inclusive da época assíria (século VIII e VII a . C.). Nas imagens, os jihadistas derrubam várias estátuas e as quebram com grandes martelos e brocas, em eventos ocorridos ontem, segundo disseram vários arqueólogos que pediram anonimato.
Um dos jihadistas que aparece no vídeo, de mais de cinco minutos de duração, justifica este ato de vandalismo assegurando que os povos da antiguidade adoravam ídolos “ao invés de Alá”. “Os que se chamam assírios e acádios estabeleciam deuses da chuva ou da guerra, que adoravam ao invés de Alá, através de oferendas”, acrescenta.
O EI considera que isso vai contra o monoteísmo e que o próprio profeta Maomé destruiu com suas próprias mãos outras figuras de ídolos religiosos. “Se o próprio profeta fez isso, é fácil para nós (fazermos), embora valham bilhões de dólares”, acrescenta no vídeo.
O Museu da Civilização de Mossul já foi alvo de saque em 2003, durante a invasão americana do Iraque, quando foram roubadas as principais peças da instituição. Para evitar um maior espólio, muitas das peças expostas foram transferidas de maneira provisória a Bagdá, e depois voltarem ao museu quando este foi renovado e reinaugurado em 2009.
No ano passado, após a invasão do jihadista EI a Mossul, algumas das figuras foram saqueadas de novo, supostamente por parte de dirigentes desse grupo radical com o objetivo de vendê-las e financiar sua organização.