O fenômeno meteorológico El Niño 2015-2016 iniciou seu declínio, mas sua intensidade continua sendo forte e influencia no clima do planeta, afirmou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) nesta quinta-feira (18).
Este fenômeno, que acontece a cada quatro ou cinco anos e provoca tempestades e inundações, deve sofrer uma debilitação nos próximos meses e desaparecer progressivamente no segundo trimestre de 2016, segundo a fonte.
“Acabamos de viver um dos episódios do El Niño mais intensos jamais observados, e que provocou a aparição de fenômenos meteorológicos extremos em todos os continentes, contribuindo para os recordes de calor registrados em 2015”, indica o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em um comunicado publicado nesta quinta-feira.
“Várias regiões da América do Sul e do Leste da África ainda não estão totalmente recuperadas das chuvas torrenciais e das inundações de que padeceram”, acrescentou.
“O balanço econômico e humano da seca é cada vez mais evidente na África austral, sob o Chifre da África, na América Central e em várias outras regiões”, acrescenta o funcionário.
Este fenômeno meteorológico alcança geralmente sua maior intensidade no fim do ano, daí a origem de seu nome, El Niño, alusão em espanhol ao Menino Jesus. Provoca secas e precipitações superiores ao normal em certas regiões.
O ano mais quente
O ano de 2015 foi o mais quente já registrado devido à conjunção de um episódio El Niño, excepcionalmente denso, e o aquecimento do planeta pelos gases de efeito estufa, segundo a OMM.
Em janeiro passado, a Califórnia sofreu particularmente com o fenômeno do El Niño, com trombas d’água que provocaram inundações e deslizamentos de terra.
O El Niño também provocou, segundo os climatologistas, os mortais tornados no Texas das últimas semanas, incomuns nesta época, assim como o também inabitual clima suave no nordeste dos Estados Unidos.
O El Niño se traduz em um aumento da temperatura dos oceanos, que provoca danos aos corais, segundo a OMM. Os recifes de corais dos Estados Unidos foram particularmente expostos.
O El Niño também contribuiu para aumentar os ciclones no Pacífico. Assim, o ciclone Patricia, que tocou a costa mexicana em 24 de outubro de 2015, seria o mais intenso já observado no hemisfério oeste.
O El Niño também é responsável por uma diminuição dos furacões no Atlântico e em torno da Austrália, onde o ano de 2015 foi o mais seco e o mais quente.
O El Niño, que reapareceu em 2015, é uma corrente equatorial quente do Pacífico, que se traduz por uma clara alta da temperatura na superfície da água.
O La Niña é o fenômeno climático inverso, com um esfriamento das águas na superfície dos oceanos.