A polícia de El Salvador prendeu 327 pessoas que violaram a quarentena residencial obrigatória a toda a população em apenas dois dias, revelou o ministro da Justiça do país, Rogelio Rivas, na noite de domingo (22).
No sábado, o presidente Nayib Bukele decretou "quarentena domiciliar" absoluta por 30 dias para conter a pandemia de Covid-19. No dia seguinte, a Assembleia Legislativa de El Salvador decretou estado de exceção por 15 dias.
"Alguns ainda não perceberam, mas a Terceira Guerra Mundial já começou", escreveu Bukele nas redes sociais.
Para que as pessoas cumpram as restrições, há uma grande presença policial nas ruas. A fiscalização é feita até mesmo com drones, à exemplo da China. O decreto presidencial prevê que aqueles que não cumpram a quarentena sejam enviados para um "centro de contenção". Eles serão processados pela Procuradoria por desobediência.
Porém, segundo o site de notícias local El Salvador.com, a própria polícia admitiu que ainda não há centros de contenção prontos. As pessoas retidas, como é o termo usado pelas autoridades nacionais, são levadas temporariamente às delegacias até que se recebam mais instruções.
O decreto presidencial prevê exceções para a quebra de quarentena. São autorizadas a circular pessoas, a pé ou com veículo, que vão fazer compras essenciais, como alimentos e remédios.
As medidas extremas do governo de El Salvador, que até agora tem apenas três casos confirmados da Covid-19, já são alvo de críticas. O advogado do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centroamericana, Arnau Baulenas, criticou as prisões e garantiu que "elas não são retenções. São prisões, sem garantia de direitos, incluindo o de ter um advogado e o de comparecer diante de um juiz". Ele também questiona a capacidade de policiais e membro das forças armadas de decidirem sobre quem está violando as regras e quem está atendendo às exceções da quarentena permitidas no decreto.
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