O governo de El Salvador transferiu nesta semana mais de 2 mil prisioneiros associados a gangues criminosas para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), megapresídio construído pela gestão de Nayib Bukele que virou símbolo da guerra contra o crime organizado no país.
"Transferimos mais de 2 mil membros de gangues das prisões de Izalco (oeste), Ciudad Barrios (leste])e San Vicente (sudeste), para o Cecot", escreveu o presidente em seu perfil na rede social X.
Considerado o maior presídio das Américas, o centro de detenção possui capacidade para receber até 40 mil detentos e é dedicado a receber apenas membros de organizações criminosos, segundo informações do Ministério da Infraestrutura.
O número oficial de presos, divulgado pelo governo pela última vez em fevereiro, aponta para a presença de12.500 integrantes de gangues no local, a maioria deles vinculados às facções Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18.
Os criminosos estão detidos sob um regime de exceção, iniciado em 2022 pela atual gestão, que já tirou milhares de criminosos das ruas salvadorenhas e rendeu um grande apoio popular ao presidente Bayib Bukele.
Apesar da popularidade entre os cidadãos, organizações de direitos humanos denunciam a falta de transparência do governo sobre o funcionamento do presídio, onde não é permitida a visita de jornalistas e familiares.
Eles também acusam o país de violar os padrões de encarceramento estabelecidos em 2005 pela ONU com as Regras Mínimas para o Tratamento de Detentos.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”