Mohamed ElBaradei, um dos políticos egípcios que defendem a democratização do país, disse hoje que as eleições parlamentares que ocorreram no final de semana passado foram uma "farsa" e alertou sobre a possibilidade de violência se as autoridades continuarem a ignorar pedidos da população por reformas políticas. ElBaradei venceu o prêmio Nobel da Paz de 2005 e dirigiu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). De volta ao Egito, ele passou a se envolver diretamente no processo político local.
ElBaradei também reiterou seu pedido por um boicote geral às eleições presidenciais do próximo ano. Ainda não está claro se o atual presidente, Hosni Mubarak, de 82 anos, se candidatará para mais um mandato. Mubarak governa o Egito desde 1981. "Nós não devemos participar de uma farsa", disse El Baradei, em mensagem de vídeo postada no YouTube e na sua página no Facebook. "Eu espero que vocês boicotem as eleições, não se candidatando e também não votando".
"O regime precisa entender que é nosso direito protestar em demonstrações pacíficas por mudanças. Se o povo egípcio não puder fazer isso, e eu espero que isso não aconteça, então haverá violência", disse. Observadores egípcios e internacionais acusam as autoridades de manipularem os resultados das eleições de 28 de novembro, através de fraudes eleitorais e violência. Os resultados indicam que o partido governista de Mubarak obteve pelo menos 83% das 508 cadeiras do Parlamento.
Após o primeiro turno ter indicado que o governo sairia amplamente vencedor, os dois maiores partidos da oposição, o Wafd, secular, e a Irmandade Muçulmana, que está na clandestinidade, abandonaram as eleições e denunciaram fraudes. A administração Obama disse que estava desapontada pelos amplos relatos de fraudes e irregularidades, que colocaram em dúvida a credibilidade do processo. O Egito é um dos maiores aliados dos Estados Unidos na região e Mubarak foi apoiado por sucessivos governos americanos.
Acredita-se que Mubarak prepare seu filho Gamal para sucedê-lo, mas existe uma ampla oposição contra Gamal e é possível que Mubarak concorra a mais um mandato de seis anos. "Os egípcios, sob a atual Constituição, vivem como um bando de escravos", disse ElBaradei. "Essa é a última chance do regime reformar a si próprio e iniciar reformas democráticas", disse ElBaradei. As informações são da Associated Press.
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