Um mês depois de renunciar ao cargo de primeiro-ministro, Alexis Tsipras, 41, está de volta ao poder na Grécia. Com mais de 60% dos votos apurados, seu partido de esquerda Syriza aparece como vencedor na eleição deste domingo (20).
O líder do conservador Nova Democracia, líder Vangelis Meimarakis, 51, principal adversário, já reconheceu a derrota. Tsipras declarou vitória, afirmando que o povo grego deu a ele uma “segunda e decisiva chance” de comandar o país. “É uma vitória do povo”, afirmou.
Líder conservador grego admite derrota em eleição nacional
Leia a matéria completaO Syriza aparece com 35,5% dos votos, ante 28% do Nova Democracia. Pelas regras, o partido de Tsipras deve ter 145 das 300 cadeiras do Parlamento, porque 250 são distribuídas de acordo com os votos nas urnas e as demais 50 são entregues ao partido que ficar em primeiro lugar no placar geral.
Os Gregos Independentes, partido de direita que se aliou a Tsipras em janeiro e que agora deve conseguir dez cadeiras, anunciou que aceitará formar nova coalizão. Tsipras discute ainda a possibilidade de se aliar a outras legendas menores, para ter uma maioria mais consolidada.
Com o resultado, ele vai conduzir o ajuste fiscal que ele mesmo negociou em julho com os credores internacionais, quando estava no poder, em troca do socorro de 86 bilhões.
Após sete meses como premiê, depois de inédita vitória em janeiro, Tsipras havia renunciado e convocado novas eleições em agosto diante da perda de apoio no Parlamento de quase um terço dos 149 deputados do Syriza insatisfeitos com o acordo celebrado com os credores.
Parte desse grupo fundou um novo partido, Unidade Popular, que fracassou nas urnas.
A estratégia de Tsipras era tentar retornar com mais respaldo popular e uma maioria consolidada no Parlamento para conduzir o ajuste fiscal. Ao que tudo indica, seu plano deu certo: recuperou as cadeiras para o Syriza e ainda deve selar novas alianças.
A campanha, no entanto, não atraiu muito interesse da população, que não consegue mais enxergar diferença entre os dois principais partidos que sucumbiram aos credores em suas gestões.
A votação deste domingo revela uma queda do interesse dos gregos em escolher seus governantes: a taxa de comparecimento às urnas ficou em torno de 54%, praticamente dez pontos percentuais a menos do que na eleição de janeiro.
Um líder carismático, Tsipras havia assumido em janeiro sob o discurso contrário às medidas de austeridade adotadas desde 2010, quando a Grécia quase veio à falência estatal.
Diante de uma economia frágil, uma dívida pública de 177% do PIB e uma taxa de desemprego de 25%, a maior da Europa, Tsipras não conseguiu enfrentar os credores, nem implantar seus programas.
Seu governo deu calote no FMI, impôs controle de capital e realizou um plebiscito às pressas em que 61% dos gregos votaram contra um acordo.
Tsipras teve de ceder e firmar compromissos de um pacote tributário e previdenciário em troca do socorro de 86 bilhões, 48% do PIB do país em 2014.
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