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EUA

Eleição deixa aliados em posição desconfortável

A rejeição da população norte-americana à política do presidente George W. Bush em relação ao Iraque funcionou como um tapa na cara dos aliados dos Estados Unidos, mas pode dar ao premiê britânico, Tony Blair, uma chance de melhorar sua popularidade discutindo opções para solucionar o problema.

Blair vem sendo acusado de ser o "poodle" de Bush, pelo apoio incondicional que deu à guerra, que desde o princípio foi muito impopular na Grã-Bretanha. A insatisfação ofuscou as principais realizações dos nove anos de mandato de Blair.

A derrota acachapante sofrida pelo Partido Republicano, de Bush, nas eleições parlamentares dos EUA derrubou o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, dando a Bush uma oportunidade de fazer mudanças na política.

Agora Blair talvez tenha em Bush um ouvinte mais atento, e o britânico tem a chance de influenciar mais os acontecimentos antes de deixar o governo, no ano que vem.

``Isso dá a Blair uma oportunidade de mostrar sua verdadeira essência. Ninguém sabe o que fazer. Há uma oportunidade para ele agir junto com os democratas e arquitetar uma boa saída para o problema'', disse Dan Plesch, comentarista de questões relativas à defesa e à segurança.

Mas, como Blair tem sua saída do cargo prevista para até meados de 2007, ele pode ter pouco tempo para mudar a situação.

Muitos analistas acreditam que a saída de Rumsfeld abre caminho para uma retirada gradativa das tropas do Iraque. Mas ministros e líderes mundiais já advertiram, nos últimos dias, sobre as consequências de longo prazo que abandonar o país pode causar.

O rei Abdullah, da Jordânia, disse que o Iraque pode acabar virando mais um conflito que dure uma geração inteira. O premiê australiano, John Howard, afirmou que vai dizer a Bush que ''iria contra o interesse de todo mundo, menos dos terroristas, que a coalizão saísse em situação de derrota''.

Analistas da Polônia, um dos principais aliados de Bush em relação ao Iraque, não prevêem uma grande mudança. Os principais partidos da direita e da esquerda do maior membro ex-comunista da União Européia apoiaram a guerra no Iraque e continuam encarando os Estados Unidos como um aliado importante.

O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, disse que seu país por enquanto vai manter as tropas no Iraque. ''As políticas externa e de segurança dinamarquesas são decididas no Parlamento dinamarquês, e não nos Estados Unidos'', disse ele a repórteres, minimizando o impacto do resultado da eleição.

A maior consequência da eleição norte-americana pode ser o intenso debate entre os aliados a respeito do Iraque. Christopher Meyer, ex-embaixador britânico em Washington, disse que as opiniões britânicas têm ``de ser levadas em conta quando as coisas começarem a mudar em Washington''.

``Acho que seria uma receita para um caos ainda maior se começarmos a correr numa direção e os EUA em outra. A resposta para isso é o contato adequado entre os dois grandes aliados'', disse ele à rádio BBC.

Isso poderia permitir a Blair e a outros aliados dos EUA que tiveram a popularidade doméstica afetada pela guerra mostrar que têm um plano mais claro para a retirada de suas tropas.

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