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A sessão do Parlamento libanês convocada para eleger o novo presidente da República foi adiada para 23 de outubro por falta de quórum, declarou o vice-presidente do Parlamento.

"A sessão foi adiada para 23 de outubro às 10H00 (locais)", declarou à imprensa o vice-presidente Farid Makari.

"Viemos para eleger o presidente da República porque nós queremos evitar ao Líbano e aos libaneses os perigos do vazio de poder", declarou Makari, membro da maioria anti-Síria.

Mais cedo, um dos poucos deputados da oposição que se encontravam no Parlamento havia afirmado que não se obteria o quórum necessário e que o presidente do Congresso, Nabih Berri, ganharia a votação.

Os deputados elegem o presidente por maioria de dois terços no primeiro turno e por maioria simples no segundo.

A oposição, que evoca a tradição, interpreta esta regra constitucional como um quórum que lhe permitiria impedir a eleição de um candidato, já que o setor anti-sírio só dispõe de uma maioria simples.

Os deputados da maioria, que compareceram em massa ao Parlamento, reiteraram que consideram esta sessão como o primeiro turno e que os turnos posteriores deveriam ser regidos pela regra da maioria simples.

"Nós poderíamos ter eleito hoje um presidente por maioria simples, mas não quisemos criar um conflito constitucional", declarou à AFP o dirigente druso Walid Joumblatt.

Depois assinalou que a maioria "quis permitir que se chegasse a um acordo e que se respeitasse a vontade do cardeal Nasrallah Sfeir", o patriarca da Igreja maronita, cuja comunidade ocupa tradicionalmente a presidência.

Na segunda-feira, Berri havia assegurado que o Líbano teria um presidente de consenso "antes de 24 de novembro", fim do prazo constitucional, quando expira o mandato do atual chefe de Estado pró-sírio Emile Lahoud.

Um dispositivo de segurança excepcional cercava a reunião do Parlamento.

Tropas de elite e tanques foram mobilizados em torno do prédio e se instaurou um duplo mecanismo de revista.

O Parlamento não se reunia desde novembro de 2006, data da renúncia coletiva dos ministro da oposição, que mergulhou o país numa grave crise política.

O presidente do Parlamento, Nabih Berri, líder da oposição, convocou os deputados no colégio eleitoral para esta terça-feira, em um contexto de grande tensão agravada com o assassinato, na semana passada, de um deputado anti-sírio. Esta foi a quarta vítima fatal morte desde o atentado que matou o ex-premiê Rafic Hariri, no início de 2005.

No domingo, um alto líder do Hezbollah xiita, Mohammad Fneich, tinha advertido que os 14 deputados do partido não assistiriam à sessão sem um acordo prévio sobre o futuro presidente.

A maioria controla 68 das 128 cadeiras do Parlamento e a oposição 58. Além deles ainda há um independente e um posto vazio desde o assassinato do deputado da maioria Antoine Ghanem, em 19 de setembro passado.

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