O novo governo da chanceler alemã, Angela Merkel, chegou ao seu 100º dia nesta quinta em uma postura defensiva e preocupado com uma eleição estadual que pode dificultar a capacidade da administração impor sua agenda para a maior economia da Europa.
O governo de centro-direita de Merkel assumiu em 28 de outubro, substituindo a chamada "grande coalizão" entre o grupo de Merkel e seus rivais da social-democracia, que comandou o país no mandato anterior. A coalizão conservadora com o Partido Democrático Livre, mais liberal, busca enfrentar o desafio de reforçar o crescimento econômico do país.
"Eu não tenho ilusões: este não será um mandato parlamentar fácil", previu a chanceler recentemente. A nova coalizão tem divisões internas sobre em quanto se deve cortar os impostos. Até o momento, Merkel evita intervir na disputa.
A "imagem da nova coalizão foi afetada", na opinião do professor Gero Neugebauer, da Universidade Livre de Berlim. Segundo ele, o grupo político ainda não conseguiu esclarecer seus objetivos. A principal dúvida é sobre impostos. O governo busca uma vaga reforma nessa área, envolvendo renúncias fiscais de quase 20 bilhões de euros (US$ 28 bilhões) por ano para estimular a economia. A medida deve passar a valer em janeiro de 2011, "se possível".
Os conservadores contestam o plano por causa dos problemas orçamentários já enfrentados. Já o Partido Democrático Livre deseja manter o cronograma. Os líderes da coalizão atrasaram uma decisão sobre o tema. As dúvidas em torno da coalizão se transferem para a disputa estadual no Estado da Reno Westfalia do Norte, o mais populoso do país, em 9 de maio. Atualmente, a mesma aliança do governo federal controla esse Estado.
Duas recentes pesquisas mostram a coalizão com problemas para se reeleger. Caso a derrota se confirme, o governo nacional de Merkel perderá sua maioria na Câmara Alta do Parlamento, que representa os 16 Estados alemães. Nesse caso, Merkel terá que negociar com partidos de oposição, contrários à redução dos impostos no momento.
Os alemães geralmente optam, nas eleições estaduais, por reduzir o poder dos partidos que controlam o governo federal e muitas administrações estaduais, seja qual for seu desempenho, segundo Neugebauer. "Agora, a performance é ruim e a população não sabe na verdade o que o governo pensa", acredita o cientista político. Uma pesquisa em janeiro registrou 59% de popularidade para Merkel, em comparação com 70% de aprovação registrada em dezembro.
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