Os venezuelanos vão às urnas hoje para eleger seus novos prefeitos e vereadores. A disputa local ganhou proporções nacionais com a divisão entre os partidários do presidente Nicolás Maduro e da oposição, liderada por Henrique Capriles, candidato derrotado na disputa pela presidência em março deste ano.

CARREGANDO :)

A campanha foi marcada por abusos no uso do aparato estatal para favorecer os candidatos do governo. Mais de 500 denúncias de atropelos cometidos pelo chavismo foram recebidas nas últimas semanas pelo comando opositor Simón Bolívar. O próprio presidente anunciou, a cinco dias do pleito, um decreto especial para baixar o valor dos automóveis.

"Maduro conseguiu ser pior do que Chávez. Estamos observando os mais graves atropelos da era chavista. A utilização dos programas sociais, entre eles o habitacional, é abusivo. Temos ministros entregando créditos em plena campanha e cadeias de rádio e TV todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia", denunciou Ignácio Ávalos, um dos diretores executivos da ONG Observatório Eleitoral Venezuelano (OEV).

Publicidade

Os abusos do governo chavista são denunciados pela oposição, mas com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) controlado pelo Executivo, nada acontece. O único reitor do CNE não alinhado ao chavismo, Vicente Díaz, admitiu que na Venezuela existe "uma clara vantagem" nas campanhas eleitorais, já que o governo intervém através das cadeias de rádio e TV.

Embates

As maiores disputas estão na capital Caracas e em Maracaibo, segunda maior cidade do país. Em Caracas, onde estão 2,4 milhões de eleitores, o opositor Antonio Ledezma tenta a sua reeleição contra o jornalista Ernesto Villegas, que há alguns meses era ministro da Comunicação.

Em Maracaibo, a prefeita Eveling Trejo, mulher do ex-governador e antichavista exilado Manuel Rosales, aparece em desvantagem contra o jovem Miguel Pérez Pirela.