O Irã realizou nesta sexta-feira (28) eleições presidenciais antecipadas após a morte do ex-presidente Ebrahim Raisi sem um claro candidato favorito e em meio ao descontentamento da população com a situação econômica e social.
Cerca de 58 mil seções eleitorais abriram às 8h e fecharam à meia-noite após três extensões do horário em todo o país, onde 61 milhões de pessoas estavam aptas a votar, informou a Comissão Eleitoral Iraniana.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, foi o primeiro a votar. “A continuidade, a força, a dignidade e a honra da República Islâmica perante o mundo dependem da participação do povo”, disse a mais alta autoridade política e religiosa do país.
Sem um favorito claro entre os quatro candidatos, destacaram-se o pragmático Mohammad Baqer Qalibaf, o radical Saeed Jalili e o reformista Masoud Pezeshkian para suceder Raisi, que morreu em um acidente de helicóptero em maio.
O Conselho dos Guardiões, órgão que decide quem pode se candidatar, permitiu a presença de um reformista - buscando alguma abertura do país -, ao contrário de 2021, o que pode ter se refletido em um aumento do comparecimento às urnas. Espera-se que os resultados sejam anunciados neste sábado (29).
As pesquisas apontam um possível segundo turno dentro de uma semana, já que nenhum candidato aparece com mais de 50% das intenções de voto.
O presidente iraniano tem poder de decisão sobre questões internas e, em menor grau, sobre a política externa e de segurança no Irã, onde Khamenei atua como chefe de Estado com vastos poderes.
Os prováveis três primeiros colocados são políticos com visões quase opostas, que terão de lidar com um momento geopolítico muito complexo, com a guerra na Faixa de Gaza e as tensões por causa do acelerado programa nuclear do Irã.
Pezeshkian, um cirurgião de 69 anos da minoria azeri e ex-ministro da Saúde, começou com baixas expectativas, mas ganhou destaque com uma mensagem de aproximação com o Ocidente e críticas ao véu islâmico, que tem sido apoiada pelo bloco reformista.
Em oposição a ele, está Qalibaf, de 62 anos, ex-general da Guarda Revolucionária, ex-chefe de polícia, ex-prefeito de Teerã e presidente do Parlamento, que tem a fama de ser bom administrador e um líder “firme”.