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África

Eleição presidencial do Egito termina com baixa participação

Fiscais eleitorais contam cédulas durante o terceiro dia de votação na eleição presidencial do Egito, em um posto de votação no Cairo | REUTERS / Mohamed Abd El Ghany
Fiscais eleitorais contam cédulas durante o terceiro dia de votação na eleição presidencial do Egito, em um posto de votação no Cairo (Foto: REUTERS / Mohamed Abd El Ghany)

Os colégios eleitorais no Egito fecharam nesta quarta-feira (28), no terceiro e último dia de eleições presidenciais no país, nas quais concorreram como candidatos o ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi e o esquerdista Hamdin Sabahi.

Os centros de votação começaram a fechar suas portas às 21h local (15h, em Brasília), após 12 horas de sufrágio, informou a televisão estatal, que mostrou imagens do início da apuração dos votos.

A Comissão Eleitoral decidiu na terça (27) estender até esta quarta o processo de eleições presidenciais devido à baixa participação dos dois primeiros dias, uma medida que foi criticada pelas campanhas de ambos candidatos.

Ainda não há dados oficiais, porém, a eleição não alcançou, aparentemente, seu objetivo de atrair os eleitores em massa para legitimar o favorito Sisi.

Em um país polarizado desde que os protestos de rua derrubaram o regime militar de Hosni Mubarak do poder em 2011, o baixo quórum estava relacionado a um sentimento de apatia política, à possibilidade da volta dos militares com a vitória de Sisi, ao descontentamento com a supressão de liberdades entre a juventude liberal, e a pedidos de boicote às urnas feito pela Irmandade Muçulmana.

Para Sisi - que liderou o golpe de Estado militar contra o ex-presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, no ano passado, após grandes protestos contra seu governo - os riscos são altos.

Um baixo apoio nas eleições neste dividido país pode significar que a legitimidade de Sisi como chefe de Estado da nação árabe mais populosa do mundo ficaria prejudicada tanto dentro de seu país quanto internacionalmente.

Sabahi, o único candidato da oposição - já que a Irmandade Muçulmana foi banida e classificada como movimento terrorista após a queda de Mursi - retirou seus monitores dos locais de votação nesta quarta para evitar que fossem presos.

O governo interino comandado pelo Exército, que assumiu após a queda de Mursi, prendeu líderes e milhares de partidários da Irmandade.

Fraude

O movimento juvenil 6 de abril, junto com outras frentes revolucionárias, apresentou nesta quarta (28) uma série de denúncias de "irregularidades e falsificações" nas eleições.

O comunicado, que foi lido em entrevista coletiva por Mohammed Youssef, porta-voz do Movimento juvenil 6 de abril, afirma que grandes empresários ligados ao regime do ex-presidente Mubarak "ameaçaram seus trabalhadores com demissões caso eles não votassem em Sisi".

Antes de terminar de ler o comunicado, a entrevista coletiva teve de ser interrompida por um aviso de que a polícia estava a caminho para deter os membros do Movimento 6 de abril, considerado ilegal pelo governo interino egípcio.

O Movimento 6 de abril, que se legitimou em meio à revolução que acabou com a presidência de Mubarak em 2011, já havia anunciado que boicotaria as eleições.

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