A Comissão Eleitoral Central (CEC) informou neste sábado (16) que mais da metade dos eleitores votaram na eleição russa para presidente até o início do segundo dia de votação. As urnas voltam a abrir no domingo (17) para o encerramento do pleito.
Segundo a CEC, 51,77% dos russos participaram das eleições até a última atualização do sistema eleitoral russo, que inclui o voto eletrônico, muito criticado pela oposição ao presidente pela suposta falta de transparência. Putin votou online na sexta-feira e, novamente, acusou os Estados Unidos de interferência no processo.
Em Moscou, onde a maioria dos eleitores votou eletronicamente, quase 4 milhões de pessoas já registraram o voto. Em várias regiões do Extremo Oriente e da Sibéria, mais de dois terços do eleitorado votou, enquanto na península ucraniana da Crimeia, que nesse mês lembra os dez anos da anexação à Rússia, a participação está próxima dos 60%.
Segundo a CEC, nenhum incidente, ataques cibernéticos ou incursões na fronteira da Ucrânia impedem os russos de comparecer para votação nas eleições presidenciais, a oitava realizada desde 1991.
Enquanto os analistas reconhecem que não esperavam uma participação tão elevada, a oposição suspeita que as autoridades tenham recorrido a recursos administrativos para forçar o voto dos funcionários do setor público, celeiro eleitoral de Putin.
De acordo com sondagens oficiais, o atual presidente, que concorre com outros três candidatos, tem uma intenção de voto superior a 80%, de modo que não terá dificuldades em alcançar a maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000, completando 24 anos no poder.
O representante do partido Gente Nova, Vladislav Davankov, e o comunista Nikolai Kharitonov têm 6% de apoio entre os consultados. Por sua vez, o ultranacionalista Leonid Slutsky aparece com cerca de 5% dos votos.
Parte da oposição ao Kremlin decidiu apoiar Davankov, cuja posição sobre a guerra é ambígua, enquanto outros compareceram aos colégios eleitorais às 12h para participar da ação conhecida como "Meio-dia sem Putin", que provocou ameaças contra os participantes com abertura de procedimentos penais pelo Ministério Público russo.
Após a morte na prisão do líder opositor Alexei Navalny, seus correligionários – que responsabilizam diretamente Putin – apelaram ao Ocidente para que não reconheça os resultados eleitorais.
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