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Foto do leitor | Giles Balbinotti
Foto do leitor| Foto: Giles Balbinotti

Duzentos e setenta pessoas acabaram detidas e 367 carros foram queimados nos distúrbios registrados em diversos pontos da França durante a noite eleitoral, que acabou com a vitória de Nicolas Sarkozy.

Segundo os números do balanço fechado às 6h (1h de Brasília) pela Direção Geral da Polícia Nacional (DGPN), desse total de carros incendiados, 172 foram destruídos na região da Île-de-France.

A DGPN comentou que esses números foram apenas um pouco superiores aos da destruição de veículos na Festa Nacional de 14 de julho de 2006, e estiveram abaixo dos que vêm sendo registrados nos últimos anos em Nochevieja.

Durante os distúrbios que explodiram na França em 2005, mais de mil carros foram incendiados em algumas noites.

A eleição do conservador Nicolas Sarkozy desembocou em incidentes nas principais cidades francesas, onde houve choques entre jovens e forças de segurança.

Os primeiros distúrbios ocorreram na Praça da Bastilha de Paris, local emblemático onde tradicionalmente a esquerda celebra suas vitórias e onde se reuniram cerca de 5 mil pessoas.

Na praça, entre cem e trezentos jovens que gritavam palavras de ordem contra Sarkozy jogaram paralelepípedos e outros objetos contra os policiais, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo.

Paralelamente, centenas de manifestantes, em sua maioria jovens, se manifestavam sem incidentes na Praça da República, procedentes a sede do Partido Socialista (PS), situado na outra margem do rio Sena.

Outras manifestações violentas contra Sarkozy ocorreram em Lyon, Marselha, Bordeaux, Lille, Toulouse e Clémont-Ferrand, onde também houve choques com as forças de segurança.

Também houve concentrações contra o vencedor das eleições presidenciais em várias cidades do oeste da França, como Rennes, Caen, Rouen, Tours ou Nantes.

O primeiro-secretário do Partido Socialista (PS), companheiro e pai dos quatro filhos de Royal, François Hollande, fez uma chamada "à calma e à coerência".

Hollande pediu aos 18 milhões de franceses que votaram em Royal que "engulem sua ira, sua frustração", e dirijam toda sua "energia" às eleições legislativas de junho.

A associação AC le Feu, criada após a onda de violência urbana que atingiu a França em 2005, pediu esta noite aos bairros conflituosos que "não respondam com violência" à vitória de Sarkozy, que obteve mais de 53% dos votos.

Nos últimos dias da campanha, Royal tinha alertado sobre eventuais "atos violentos" e "brutalidades" nos bairros mais conflituosos se Sarkozy ganhasse.

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