Autoridades hondurenhas que estão organizando a eleição presidencial do próximo mês em meio a uma crise política insistiram nesta quinta-feira que podem garantir um pleito justo e livre, mesmo com o presidente eleito, Manuel Zelaya, refugiado na embaixada do Brasil.

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Os três membros do Supremo Tribunal Eleitoral, que visitam Washington em busca de neutralidade para a votação de 29 de novembro, disseram que as urnas são a melhor maneira de resolver a crise provocada pelo golpe de junho, que tirou o Zelaya do poder.

Mas os EUA, a Uniao Europeia e a America Latina condenam o golpe e exigem que o presidente deposto volte ao poder para terminar seu mandato.

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O governo do presidente Barack Obama ainda precisa decidir se vai reconhecer a eleição de novembro como legítima no caso de Zelaya não ser restaurado ao poder para terminar seu mandato.

José Saul Escobar, o presidente do comitê eleitoral, disse esperar um acordo político entre Zelaya e o governo de facto que o substituiu. Mas afirmou que Honduras precisa eleger o novo presidente, que assumirá o cargo em janeiro, para preservar a democracia no país.

"A maioria dos hondurenhos quer que as eleições sigam adiante para resolver a crise", disse ele em Washington.

Mais de 118 mil fiscais foram treinados para participar dos locais de votação com financiamento dos EUA, disse David Andres Matamoros, um dos três hondurenhos do comitê eleitoral que se reuniu com autoridades do Departamento de Estado dos EUA na quarta-feira.

"O governo dos EUA está seguindo uma política de duas vias: eles apoiam a negociação de um acordo político, mas também estão apoiando o processo eleitoral", disse.

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Zelaya foi exilado por soldados em 28 de junho, depois que a Suprema Corte ordenou sua prisão. Seus críticos o acusam de violar a Constituição ao buscar apoio para a reeleição, uma acusação que ele nega.

Zelaya voltou secretamente ao país há um mês e está abrigado na embaixada do Brasil para evitar a prisão. As negociações estão paralisadas por causa da recusa do governo de facto de permitir que ele volte à Presidência.

Peter Hakim, presidente do Inter-American Dialogue, disse que um acordo político permitindo que Zelaya volte ao poder ou à vida política em Honduras seria a melhor opção.

"Mas isso não significa que a crise precisa continuar para sempre se não houver um acordo", disse Hakim. "Obviamente, uma eleição é uma maneira de resolver uma crise, embora seja a segunda melhor saída".

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