Economia deve ser o fator decisivo
O professor Christopher Arterton, que ensina Gerenciamento Político na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, diz que a economia do país será o principal fator a ser levado em consideração pelos eleitores.
Principais batalhas
Disputas que devem pautar as eleições de hoje nos EUA
Nevada
Um aliado de Obama em dificuldades
Em dificuldades, segundo as pesquisas, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, enfrenta a candidata republicana proveniente do movimento ultraconservador Tea Party, Sharron Angle. Reid, um político veterano, liderou na câmara alta as reformas do presidente Barack Obama. Sua reeleição é anunciada como um referendo sobre a política de Obama contra o Tea Party, que prega o fim da intervenção do Estado, menos gastos públicos e menos impostos.
Califórnia
Uma milionária para substituir "Schwarzie"?
O ex-superastro de Hollywood Arnold Schwarzenegger, apelidado de "governator", deixará suas funções de governador da Califórnia após dois mandatos. Para substituí-lo, a candidata republicana Meg Whitman, que fez fortuna na liderança da empresa eBay, conta com cerca de 120 milhões de dólares que tirou de seu próprio bolso para fazer campanha e ficar com o cargo. Enfrenta o democrata Jerry Brown, ministro da Justiça do estado, que foi governador entre 1975 e 1983.
Illinois
O antigo assento de Obama está em jogo
O cargo que Obama ocupou no Senado está em jogo neste ano. O assento, de alto valor simbólico para os democratas, é disputado pelo republicano Mark Kirk, atual legislador da Câmara de Representantes. Pelo lado democrata, apresenta-se o jovem Alexi Giannoulias, em uma eleição que se anuncia muito disputada.
Virgínia Ocidental
Um democrata que se desvincula de Obama
Uma das cadeiras de senador por este estado rural, ocupada por mais de 50 anos pelo democrata Robert Byrd, falecido em junho passado, é disputada pelo candidato republicano John Raese. O democrata Joe Manchin, governador do estado, ameaçado nas pesquisas, faz campanha dissociando-se da gestão de Barack Obama e dos democratas no Congresso.
Virgínia
A cruz da reforma da saúde
O democrata Tom Periello, eleito em 2008 para a Câmara de Representantes em meio à onda democrata que levou Obama ao poder, encontra-se em uma situação vulnerável por causa de seu voto sobre a reforma do sistema de saúde.
Sua família foi ameaçada após esta votação.
O candidato republicano, Robert Hurt, pretende aproveitar o descontentamento dos eleitores com a atitude do Congresso e com a administração Obama.
Fonte: AFP
Washington - O resultado das eleições legislativas e estaduais de hoje nos Estados Unidos abrirá a disputa pela Casa Branca em 2012. Apesar dos rumores da candidatura alternativa da secretária de Estado, Hillary Clinton, pelo Partido Democrata, o presidente norte-americano, Barack Obama, já se lançou à reeleição. Provável vitorioso na eleição desta terça-feira, o Partido Republicano se vê em vantagem em relação a 2008. Porém, está dividido. Pelo menos seis pré-candidatos concorrem com a líder do Tea Party, Sarah Palin, pela indicação da legenda.
As eleições de hoje envolvem a escolha de todas as 435 cadeiras da Câmara e de 37 das cem vagas no Senado Além disso, os eleitores de 37 estados escolherão seus governadores.
Embora seja a largada para a corrida presidencial daqui a dois anos, o pleito, segundo especialistas, não definirá o cenário para a corrida à Casa Branca.
O esperado avanço da oposição, com o Partido Republicano reavendo o controle da Câmara dos Representantes (deputados) e recuperando terreno no Senado, será, afirmam, motivo de dor de cabeça para o presidente, com a obstrução de políticas caras ao governo. Mas o que definirá afinal a sua sorte será o estado da economia do país, isto é, se os americanos terão de volta ao menos parte dos milhões de empregos perdidos com a crise.
A perspectiva então, se confirmado esse cenário, será o congelamento da agenda de grandes reformas que pautou a primeira metade do governo Obama que necessitam de aprovação do Congresso e um novo vigor à política externa.
"A eleição é toda sobre a economia", resume o cientista político David Epstein, da Universidade Columbia (Nova York), que vê na disputa para o Congresso basicamente um referendo sobre o governo. "Obama fez o suficiente para evitar que a economia ficasse muito, muito pior. Mas não fez o suficiente para que as coisas de fato começassem a melhorar. E esse é o problema: depois de dois anos, ele não conseguiu cumprir o que prometeu", afirma o analista.
O resultado de hoje, nesse sentido, será menos importante para as pretensões reeleitorais de Obama. "O mais decivisivo será momento que a economia americana estará atravessando em 2012, ou seja, se os empregos perdidos aos milhões nos últimos três anos serão recuperados", diz Robert Erikson, também da Universidade Columbia.
Pesquisas apontam vitória dos republicanos
Folhapress
Washington - As mais recentes pesquisas divulgadas pelo Instituto Gallup nos Estados Unidos anunciam uma clara vitória republicana nas legislativas de hoje, que elegem deputados, senadores e governadores, com 55% das intenções de voto contra somente 40% aos democratas.
As últimas pesquisas confirmavam que a oposição deverá conquistar a maioria na Câmara de Representantes e poderá, até, apoderar-se do Senado, onde apenas 37 cadeiras de um total de 100 estão em jogo neste ano.
A diferença de 15 pontos percentuais é a maior a favor dos republicanos desde 1974, quando este partido foi atingido pelo escândalo do Watergate. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.
Segundo outra pesquisa publicada na noite de domingo, cerca da metade dos eleitores inscritos desejam que o Congresso seja controlado pelos republicanos a partir das legislativas.
Esta sondagem, realizada pelo canal NBC News e pelo Wall Street Journal, indicava que 49% dos eleitores prefeririam que o Congresso fosse controlado pelos republicanos e, 43%, pelos democratas.
Os republicanos precisam de 39 cadeiras democratas para acabar com a maioria do partido do presidente Barack Obama na Câmara e devem conseguir, segundo projeções baseadas em pesquisas de intenção de voto compiladas pelo jornal The New York Times. No Senado, os republicanos precisam conquistar pelo menos 10 cadeiras a mais das que têm hoje.