A líder da oposição birmanesa Aung San Suu Kyi indicou nesta sexta-feira que as eleições parlamentares parciais do próximo domingo não eram realmente democráticas, citando muitas irregularidades durante a campanha eleitoral.

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"Não acredito que possamos dizer que são eleições livres e justas, se levarmos em conta o que foi observado nos últimos meses", disse a prêmio Nobel da Paz em uma coletiva de imprensa realizada em Yangun, na qual reivindicou a necessidade de participar delas.

Seu partido, a Liga Nacional Democrática (LND), denunciou várias irregularidades, sobretudo quanto às listas eleitorais, assuntos que vão "para além do que é aceitável em uma eleição democrática", acrescentou.

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Suu Kyi, no entanto, também reivindicou a necessidade de participar para fortalecer o processo de reformas.

"Continuamos determinados a seguir adiante, porque é isso o que o nosso povo quer", indicou, acrescentando: "Não me arrependo de participar".

Suu Kyi diz que não prevê entrar no atual governo

Suu Kyi indicou que não prevê se unir ao governo dos ex-militares, no poder atualmente em Mianmar, respondendo a rumores neste sentido que circulavam em Yangun.

"Não tenho nenhuma intenção de deixar o parlamento depois de ter lutado tanto para integrá-lo", explicou a opositora em uma coletiva de imprensa, a dois dias das eleições parciais nas quais disputa um assento de deputada.

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Suu Kyi, ganhadora de um Prêmio Nobel da Paz, respondia a um jornalista que a interrogava sobre a possibilidade de que ela integre o governo do presidente Thein Sein, um ex-general e primeiro-ministro da junta que se converteu no impulsionador de reformas muito importantes desde sua chegada ao poder, há um ano.

A constituição birmanesa, adotada em 2008 em condições controversas, estabelece que ninguém pode entrar no governo sem abandonar previamente sua função de parlamentar.

Alguns rumores circularam sobre a possibilidade de que Suu Kyi, convidada pelo poder atual a se apresentar às eleições depois de ter sido por 20 anos a inimiga número um da junta, fosse convidada a exercer uma função de destaque.