A candidata ao Senado pelo Partido Republicano olha para a câmera sorridente enquanto caminha por um chiqueiro: "Sou Joni Ernst. Cresci castrando suínos numa fazenda de Iowa. Então, quando eu chegar a Washington, saberei como cortar porco".
Na corrida ao governo do Texas, a postulante democrata não se furtou a veicular um anúncio em que explora a deficiência física do oponente, Greg Abbott, que anda de cadeira de rodas.
Em Nova York, o governador Andrew Cuomo, que tenta a reeleição, aparece na televisão recriminando o adversário, Rob Astorino, por torcer pelo time de futebol americano Miami Dolphins, principal rival dos Buffalo Bills e o conservador revidou com uma propaganda irônica em que acusa o progressista de ser assassino de unicórnios e prender Papai Noel na chaminé.
Bilhões de dólares serão gastos em propaganda política na televisão americana neste ano, de olho nas eleições de meio de mandato que ocorrem na próxima terça-feira. E boa parte desse dinheiro é destinada aos chamados anúncios de ataque agressivos, bizarros ou simplesmente de mau gosto.
A publicidade negativa vem crescendo desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos liberou, em 2010, o uso de quantias ilimitadas em reclames que visam a eleger ou derrotar postulantes a um cargo público. Mas desta vez, todos parecem concordar, chegou a níveis jamais imaginados.
"Esta deve ser a eleição mais negativa da História. A proporção de anúncios negativos está muito, muito alta", atesta o professor da Universidade de São Francisco Kenneth Goldstein, um dos maiores especialistas no uso e no impacto da publicidade política no país.