As eleições parlamentares realizadas nesta quinta-feira na Argélia são consideradas as mais justas em 20 anos, mas os argelinos parecem demonstrar pouco interesse e até mesmo certo desprezo pelo pleito.
No total, 44 partidos políticos vão concorrer a 462 cadeiras em todo o país, que tem 35 milhões de habitantes e é rico em petróleo. Cerca de 500 observadores internacionais monitoram as eleições, anunciadas pelo governo como vitais para o futuro do país e de extrema importância para a reforma constitucional.
Mas a maioria dos argelinos desconfia dos políticos e em grande parte ignorou o período de campanha, que teve duração de três semanas, encerrado no domingo. Comícios partidários raramente ficaram cheios e, em alguns casos, os candidatos foram questionados e até mesmo apedrejados por cidadãos descontentes.
Os principais competidores são dois partidos aliados ao governo que disputam com um bloco de três partidos islamitas conhecido como a "Aliança Verde". Nenhum partido deve dominar o Parlamento embora a principal questão seja se o comparecimento às urnas vai superara os anêmicos 35% registrados em 2007.
Os argelinos criaram uma profunda desconfiança a respeito dos políticos e da política após anos de eleições fraudadas e parlamentos "chapa branca" que fizeram pouco mais do que aprovar as políticas do presidente Abdelaziz Bouteflika.
Apesar das riquezas petrolíferas, a insatisfação é grande no país e há frequentes manifestações e tumultos por causa do desemprego, serviços públicos de má qualidade e falta de moradia. Embora o desemprego esteja oficialmente em 10%, ele chega a pelo menos 20% entre os que têm menos de 30 anos, parcela que compõe 70% da população.
As últimas eleições realmente justas, realizadas em 1991, foram dominadas por um partido populista conhecido como Frente de Salvação Islâmica, mas os militares tomaram o governo, cancelaram a votação e colocaram o partido na clandestinidade, o que gerou uma guerra civil de mais de uma década que matou 200 mil pessoas.
Nenhum outro partido conseguiu mobilizar os argelinos, embora a legenda que lutou contra o governo colonial francês, a Frente de Liberação Nacional, tenha conseguido a maior parte das cadeiras, desde então. As informações são da Associated Press.
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