Eleitores votaram em eleições parlamentares no sábado no Cazaquistão que devem resultar na formação de maioria pelo partido do presidente Nursultan Nazarbayev. O pleito é visto como um teste para a democracia local.
O país da Ásia Central, forte produtor de petróleo, nunca teve uma eleição reconhecida internacionalmente como livre e justa, mas Nazarbayev, no poder desde os tempos soviéticos (1989), busca aprovação ocidental.
Dois importantes fatores nas eleições serão se o partido de oposição social-democrata (ANDSP) conquistará algum assento e o veredicto dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Nazarbayev deseja que seu país assuma em 2009 a presidência da OSCE -um órgão que promove a democracia e segurança e que conta com 56 integrantes-, mas sua candidatura enfrenta resistência devido à inexistente tradição democrática do Cazaquistão.
O presidente convocou eleições dois anos antes do previsto após a adoção de emendas constitucionais que outorgam à câmara baixa do Parlamento (o Mazhilis) mais poderes, como o de nomear o primeiro-ministro. As reformas, porém, também serviram para remover qualquer limitação sobre o número de mandatos que Nazarbayev pode servir como presidente.
"Votei no partido que continuará a liderar nosso país rumo a paz, concórdia, irmandade e estabilidade", declarou ele após votar no sábado.
Até às 16h do horário local, as autoridades disseram que 52 por cento dos eleitores haviam comparecido para votar. Os índices de comparecimento foram mais baixos em Almaty, bastião da oposição, onde apenas 16,5 por cento haviam votado.
A oposição disse ter reunido provas fotográficas de fraude eleitoral, como pessoas votando múltiplas vezes e a presença de material de propaganda do partido de Nazarbayev junto às urnas.
"Temos de ver como transcorrem a contagem dos votos, será mais fácil darmos uma opinião sobre a eleição no domingo de manhã", disse Oraz Zhandosov, líder do ANDSP.
A OSCE também deve divulgar um parecer inicial sobre as eleições do país no domingo.
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